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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

POR QUE EU ODEIO OS POLÍTICOS



Política é definida pelo meu dicionário como a “ciência dos fenômenos referentes ao Estado”. Ciência? Fenômenos? Houve muitas outras definições, umas melhores, outras piores, mas a que eu mais gostei foi a “habilidade no trato das relações humanas, com vista á obtenção dos resultados desejados”. Gostei. Lembra-me Maquiavel.



O desenvolvimento da política como um princípio doutrinário coeso e dinâmico parece ter começado na Antiguidade, com o povo romano. E não precisamos ser muito sagazes para imaginarmos que desde aquela época ela foi usada por politicalhões (achei esta pérola quando consultei o dicionário para ver a etimologia de “política”) para se favorecerem mesquinhamente.



Quem conhece meus ensaios anteriores já sabe que a minha linha de raciocínio - apesar de ser muito fortemente influenciada por Nietzche (não sou nazi) e demais anarquistas iconoclastas – segue a escola filosófica socratiana, ou seja, faremos uma pequena autópsia em essa doutrina através de simples, sucintas indagações.




Primeiro de tudo: Por que os políticos são vistos de forma quase genérica como mentirosos e corruptos? Resposta: porque a quantidade de políticos pegos em delito flagrante é mais do que suficiente para evidenciar uma pandemia.



E por que existem tantas pessoas mal-intencionadas no meio político?
Primeira resposta: porque eles trabalham com um fluxo enorme de dinheiro.


E a segunda resposta (mais polêmica e menos óbvia):

Porque a política é considerada uma profissão remunerada, e não apenas uma prestação de serviço altruísta sem fins lucrativos.

Á partir do momento em que cargos que dependem de uma integridade de caráter inflexível for exercida visando-se lucro financeiro, obviamente teremos problemas em obter resultados.

"Para se corromper uma pessoa, basta dar a ela o poder".

Ou deixá-la sozinha na frente de sacos de dinheiro do “cofre-público”.



Uma vez eu estava em uma empresa de comunicação visual e sem querer ouvi a conversa de um vereador local que precisava adesivar uma frota de carros para sua propaganda política. Ele perguntou sem o menor rodeio se o profissional poderia fazer “uma notinha a mais”. Veja só. Se em sua própria campanha este politicanalha (esta palavra foi eu mesmo que acabei de inventar) já estava querendo roubar, imaginem o que ele deve estar fazendo depois de ser eleito por vocês (não adianta me perguntar quem é, que eu não vou dizer, nem em particular).



Quando uma cidade faz um evento cultural em que necessite contratar artistas, geralmente – e bizarramente – em vez de prestigiarem os artistas locais (permitindo a sua subsistência) contrata-se artistas de lugares longínquos para a melhor viabilização desse “caixa dois”, ou seja, para a prefeitura foram gastos R$20.000 para contratar uma banda baile de fora, mas os músicos na verdade cobraram apenas R$15.000. Adivinhem para o bolso de quem foi R$5.000...


Em um documentário (muito bom, por sinal) de Michael Moore (“Capitalism, A Love Story”) em um determinado momento de um dos extras do DVD vemos uma entrevista muito interessante com um congressista norte-americano negro (Elijah Cummings, dos democratas). Nela ficamos sabendo que a folha de pagamento de um tal “Mr.Liddy” é um cheque de UM DÓLAR. Aparentemente para ele a política é uma função exercida apenas para contribuir com sua parte no desenvolvimento de sua própria sociedade, onde ele – junto com sua família – é apenas mais um membro.


Seus serviços são gratuitos, porque são filantrópicos;

são feitos por amor, e não por dinheiro.


Pelo menos um que presta apareceu.





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Um comentário:

Saides LaMarca disse...

http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.causes.com%2Fcauses%2F621566-apoie-a-redu-o-do-sal-rio-dos-pol-ticos-brasileiros%3Ffb_ref%3Drecruiter_id%253D181477161%26fb_source%3Dprofile_oneline&h=5AQE0pSOO