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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

ARQUEOLOGIA: JESUS REALMENTE EXISTIU? É HISTORICAMENTE COMPROVADO?

    
Fui batizado como católico no dia de meu nascimento e passei minha infância estudando em um colégio particular em São Paulo, onde até algumas faxineiras e cozinheiras eram freiras. Uma de minhas lembranças mais fortes dessa época era a sensação etérea, sublime, de respeito e humildade tão forte no ar que me fazia bem, quando íamos com algumas delas rezar na capela da escola. Era um silêncio estranho. Um silêncio vivo e mágico. Eu só não gostava de olhar para uma estátua - em um tamanho proporcional á estatura média de um ser humano adulto - de Jesus, deitado e todo coberto de sangue e ferimentos, como se tivesse sido há pouco retirado de sua cruz. Sentia medo.


    Quando me tornei um adolescente, já fazia muitos anos que eu não estudava mais em aquele colégio católico, e como meus pais nunca foram muito “praticantes”, nunca mais fui á igreja. Aliás, não me lembro de ter ido assistir a alguma missa com os meus pais. Eu até arriscaria o palpite de que nenhum deles foi alguma vez por vontade própria assistir a alguma missa católica.

    Eu e minha irmã, também, acabamos por perder o estímulo religioso que havíamos adquirido com os ensinamentos daquelas bondosas mulheres. Acho que se tivéssemos continuado a estudar com as freiras até chegarmos em nossa adolescência, com certeza nosso caráter teria sido muito mais moldado sob os princípios morais cristãos. O afastamento das freiras (e, conseqüentemente, da igreja), acabou por desfocar totalmente a minha atenção e fé em Jesus.
    E então, conseqüentemente, li dezenas de ensaios de ateus e até mesmo de “católicos não-praticantes” que falavam tão ferozmente com relação ao “império financeiro do Vaticano” e sobre as atrocidades cometidas pelo “Santo Ofício” contra os judeus e as mulheres, que por fim não só fiquei totalmente cético com relação ao cristianismo, mas quase (por muito pouco) não me tornei um anti-cristianismo. Nietzsche, com toda a sua fúria desmesurada contra a igreja, foi um deles.


    E digo mais: acho que eu só não me tornei ateu, pela educação religiosa que recebi em minha infância, e que com certeza está junto com os principais alicerces de minha índole e de meus valores, ou seja, fui educado na infância para ser um cristão, e meu caráter foi moldado indelevelmente sob tais princípios. Faz parte da minha personalidade, de meu intelecto, tais valores. Ou seja, por mais que eu encontrava tantos argumento céticos e difamadores do cristianismo, bem lá no fundo de minh`alma eu mantive uma centelha (que durante muito tempo pra mim era aparentemente inexistente) de fé cristã.

    Sobre os argumentos difamadores que me afastaram da igreja, tratam-se de duas coisas, principalmente: Primeiro, o erro da contagem do ano cristão estabelecido por um anão russo chamado Dionísio Exíguo (ou “Denys”, de acordo com outras fontes...). Dionísio, em meados de 530, errou o nascimento do Cristo Jesus por seis anos (esqueceu-se dos quatro anos em que Augusto reinou com o nome de Otávio, e do ano zero entre 1 a.C e 1d.C.)  e ninguém consertou até hoje; e segundo – e principalmente - a não-autenticidade do Novo Testamento.

    Através de um livro denominado “Pequena História Sobre a Igreja”, tomei ciência de alguns dados que me fizeram repensar sobre o catolicismo. Como ainda não pude confirmar as informações que obtive, comparando-as com outras fontes (passei a tarde de ontem pesquisando na web sobre isso, sem obter dados similares consistentes... A maioria das informações relacionadas á religião são parciais, tendenciosas e cegas), deixo aqui registrado, também, o conselho para que o leitor não acate tais dados que apresento como cem por cento confiáveis (afinal de contas, não é por que está em algum livro que se tornará automaticamente incontestável)... Bem, vamos a eles, de qualquer forma:


    De acordo com o que li, dos vinte e sete capítulos do Novo Testamento, apenas sete são autênticos. Ou seja, capítulos que foram “assinados” por Mateus, Marcos, Lucas, João, Tiago, Pedro e Judas (irmão de Tiago, não Iscariotes) foram escritos entre o ano setenta e o ano cento e trinta d.C., e não por eles (óbvio, pelo período) mas por outros anônimos cristãos “bem-intencionados”. Dá um total de vinte capítulos inverossímeis, contra sete. Será possível que essa seja a verdade? Se for, das trezentas páginas do Novo Testamento, menos de vinte por cento delas são legítimas. Assim como o Velho Testamento, que só fora traduzida do hebraico para o grego trezentos anos a.C. (a pedido de Ptolomeu II), e cujos únicos livros que eu soube ser historicamente autêntico seriam os de Josué, Isaías, Samuel (não sei dizer se apenas um deles, ou os dois) e o Êxodo. Isso de acordo com as “Cartas de Laquis”.


    Mas, o que eu quero dizer com “legítimo”, e quais são os capítulos “verdadeiros”? Bom, com “legítimo”, me refiro às cartas que foram escritas a punho (ou ditadas) pela própria pessoa que supostamente “assina” o documento. O que, de acordo com tais dados, nos revela uma verdade surpreendente: Apenas as Epístolas escritas por São Paulo (ou “Paulo de Tarso”) são historicamente autênticas. O restante é literalmente apócrifo.


    “Teríamos sentido com muito mais dor esse ato da falsificação da história, se milênios de interpretação eclesiástica da história não nos tivessem tornado quase apáticos a respeito das exigências da integridade dos historiadores...”, dizia-nos Nietzsche, “confesso que li poucos livros que apresentem tantas dificuldades quanto os evangelhos.”


    Mas - por mais paradoxal que isso pareça - a partir do momento em que eu soube destas informações, minha fé pelo cristianismo se renovou. Simples: apesar de estar ciente de que quase tudo foi montado sabe-se lá por quem (creio que o Vaticano sabe quem foram eles...), ao mesmo tempo eu finalmente pude saber que pelo menos uma parte do “Sagrado Livro” foi escrito por alguém que conviveu lado-a-lado com Pedro, Tiago e com o próprio “Messias”. Digo-lhe que fiquei surpreendido ao ler as Epístolas aos Coríntios. Chega a ser gritante a diferença estilística desta carta, em comparação ás outras. É muito mais humana, muito mais espontânea. Apesar de os escritos dizerem que a Epístola aos Romanos também se trata de uma das cartas autênticas, Coríntios I é de longe (antropologicamente falando) mais convincente, talvez por ter muito menos daquele tom profético, missionário dogmático e impessoal de um sermão, e tratar do amor cristão de uma forma muito mais direcionada, ou seja, Paulo conversa com seus discípulos (os primeiros cristãos) de uma forma amena e íntima, instruindo-lhes serenamente sobre condutas sociais, valores morais, etc, e inclusive tratando-os por seus nomes.

    Apesar de os dados deixarem claro que apenas os manuscritos de Paulo tratam-se de documentos comprovadamente verossímeis (preciso verificar mais a fundo essa “comprovação” arqueológica), nem todos eles o são. Pelo livro supracitado, são os que seguem: Romanos (que eu, particularmente, suspeito que o seja), Coríntios I e II, Tessalonicenses (apenas o primeiro, o segundo teria sido escrito pelo menos quarenta anos depois da morte do Cristo), Gálatas (Gl), Filemom (Fm), e um último que – por um erro de digitação, eu suponho – não consegui descobrir qual seria, por estar assinalado apenas com a sigla “Fl” (que não existe no Novo Testamento). Suponho que pode se tratar, ou de Filipenses (Fp), ou de Colossenses (Cl). Sete.

    Paulo (pelo seu testemunho) não só conheceu pessoalmente a um certo Jeoshua (que curava pessoas enfermas com um simples toque e - pelo que diziam os boatos na época – chegou mesmo a ressuscitar a um certo Lázaro), como afirma veementemente que O viu (e falou com Ele) depois que O massacraram injustamente e O assassinaram. Ou seja, Paulo nos dá a sua palavra que falou com O Cristo depois que O mataram. Jeoshua morreu e ressuscitou. Detalhe: Paulo continuou afirmando essas verdades mesmo depois de os judeus o terem flagelado com trinta e nove chicotadas. Deram-lhe trinta e nove, especificamente, por medo de quebrarem a “Lei de Moisés”. Espancaram-no novamente com os trinta e nove flagelos em mais quatro ocasiões. Paulo continuou pregando. Pelos romanos, Paulo fora recebido por três vezes com uma feroz surra de porretes. Paulo continuou pregando. Fora apedrejado por uma multidão. Ainda assim, continuou. Como poderia esse homem suportar tanto sofrimento e ter a coragem de continuar? Será que sua coragem nasceu depois de vê-Lo dependurado, sem nada poder fazer? Pelo testemunho da época, Jeoshua foi martelado na cruz ás nove horas da manhã. Ficou agonizando, dependurado, até as três horas da tarde. Seis horas. “...Quando  perco toda a minha força, então tenho a força do Cristo em mim.” Tiago, o apóstolo e irmão de sangue de Jeoshua, foi apedrejado até a morte em 68. Mas qual seria a razão de toda essa violência? Todos sabiam que os cristãos eram pacíficos por essência, que não revidariam, e mesmo assim os massacravam impune e impiedosamente... Para mim, agredir violentamente a um ser que não se defende é o extremo da covardia.


“Esse santo anarquista que instigou a classe social mais pobre, os rejeitados e os’pecadores’ (e com discursos - caso os evangelhos mereçam crédito - que até mesmo nos dias atuais levariam um homem á prisão) era um criminoso político; se é que criminoso político seja possível em uma sociedade absurdamente apolítica, como o era Jerusalém. Isso levou-o à cruz: e a prova disso é a própria inscrição na cruz.”
Friedrich Nietzsche, “Der Antichrist”



    No final da Primeira Guerra Mundial, em 1916, o piloto russo Vladimir Roskovitsky avistou “um longo ataúde de madeira escura” sobre o monte Ararat. A missão científica que foi enviada ao local examinou os destroços e concluiu terem pertencidos a “um barco muito antigo, de enormes proporções”. Um gigantesco barco no cume de uma montanha?... Seria uma “Arca”? Arqueólogos encontraram uma placa que – suponho que analisada pelas radiações do Carbono 14 – data do período aproximado da terceira década do ano cristão. A placa diz “Prefeito Pôncio Pilatos”. De acordo com alguns arqueólogos, Pilatos morreu no ano 36. Oito anos depois de Jeoshua. Irei estudar mais a fundo todos estes dados para, se necessário, efetuar futuras correções.


“Durante esse tempo, as pessoas das igrejas da Judéia não me conheciam pessoalmente. Elas somente tinham ouvido o que os outros diziam sobre mim: ‘Aquele que antes nos perseguia está anunciando agora a fé que no passado tentava destruir!’ E louvavam a Deus por minha causa.”              
Paulo de Tarso, Gl - 1: 22-24.



{Nota do Autor: Aliás, quem quiser se aprofundar em detalhes arqueológicos sobre a bíblia deverá procurar os escritos de um amigo do arqueólogo Prof. Garstang, chamado Sir Charles Marston, além de reportagens de Jean Carmignac, a obra de John Montgomery, pesquisas de Leonard Woolley e Stephen Langdon, e os estudos de John Allegro (para mim, indignos de fé pelos excessos). Muitas das estimativas das datas aproximadas devem-se aos escaravelhos reais egípcios (sinetes) que eram freqüentemente encontrados nas escavações. De grande importância, sugiro estudos sobre as “Cartas de Laquis, e também sobre os “Manuscritos das Onze Grutas de Qumrân (a ruína dos vigilantes ao Luar...). Neles foram encontrados manuscritos em grego dos livros de Isaías, Samuel e Êxodo. 


Para quem quiser fazer pesquisas por si mesmo, comece comparando o “Hino a Aton” da XIIX Dinastia egípcia com o Salmo 104, e a “Instrução de Amen-em-Opet” do Império Novo egípcio com o Livro dos Provérbios. E um último conselho: Muita cautela com as informações que se encontram na web. A “International Network” (ou “World Wide Web”) é uma faca de dois gumes, ou gotas de verdade em meio a um oceano de mentiras. Se expus estas informações em meu livro é porque julguei de interesse - para mim, para o leitor cristão, e quem mais estiver interessado - pelo menos o “abordar” do assunto. Se estas informações estiverem erradas, peço-lhes perdão antecipadamente, e afirmo-lhes que minha intenção é meramente a de principiar algo, que poderá ser futuramente continuado – e (porque não?) consertado - por outros. Aliás, eu mesmo farei as devidas correções sobre eventuais informações erradas nas próximas edições. Errare, humanu est. 


Oh, sim, um último detalhe. Dois fatores são essenciais para compreendermos a dificuldade de uma comprovação histórica cientificamente incontestável: Primeiro, a probabilidade mínima de papiros e demais manuscritos de couro ou papel - e demais substâncias tão frágeis - manterem-se inteiras (ou ao menos legíveis) depois de tanto tempo enfrentando centenas de fenômenos naturais (vicissitudes como enchentes, tempestades, terremotos, etc...), pragas como traças, baratas e ratos (cuja voracidade cruel com o papel eu mesmo presenciei em minha própria biblioteca, desafortunadamente), incêndios e guerras, ou até mesmo – no melhor dos casos – o relez e impiedoso desgaste natural do tempo. Segundo, a triste realidade do princípio da imprensa: Antes de haver sido inventado pelo homem a impressão em grande escala os livros eram artefatos artesanais feitos um a um por escribas pendolistas, caríssimos e feitos sob encomendas de pessoas nobres e abastadas. Com isso inevitavelmente começaram a surgir as falsificações, e era muito difícil também impedir-se quaisquer eventuais adulterações do texto original, intencionalmente ou por mero indomínio do outro idioma pelo suposto “tradutor”. Os faraós egípcios e os reis de Pérgamo rivalizavam entre si por nutrir suas bibliotecas - na medida do possível – com manuscritos originais, e devido justamente a isso foram enganados com muita freqüência. Ptolomeu Filadelfo também ajudou a disseminar a praga da falsificação quando começou a pagar fortunas pelas obras de Aristóteles; com isso, tratados filosóficos de muitos escritores anônimos foram assinados com o nome do ilustre filósofo. E, acima de tudo, a óbvia escassez de exemplares (originais ou falsos) devido á dificuldade em sua confecção, que era artesanal.     


    A biblioteca de Alexandria, por exemplo, foi incendiada três vezes: primeiramente no século I a.C., e depois nos séculos IV e VII d.C. Na primeira vez, o fogo se propagou desde a esquadra egípcia que estava no porto que César incendiou. Depois dessa atrocidade, o general romano Antônio tentou redimir o fato presenteando Cleópatra com duzentos mil rolos de papiros de Pérgamo. Em 319, cristãos egípcios que não se interessavam por livros “pagãos” incendiaram-na novamente. Foi novamente renovada e alcançou novamente seu esplendor. Até que outros árabes apareceram e a transformaram novamente em uma gigantesca fogueira. Nunca saberemos ao certo quantos tesouros do conhecimento humano antigo se perderam em meio ás guerras, e seus subseqüentes saques e vandalismos.”




“Os judeus são o povo mais fatídico da história da Terra: com sua póstuma influência causaram uma imagem tão falsa na humanidade, que até nos dias atuais o cristão sente-se anti-semita, sem ao menos perceber que ele mesmo é o resultado final do judaísmo.”

Friedrich Nietzsche, “Der Antichrist”





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4 comentários:

Saides LaMarca disse...

Com certeza, este foi de longe o ensaio mais difícil que eu já escrevi!... Tive que pesquisar em dezenas de livros (inclusive na bíblia)e é incrível como na internet tem tão pouca coisa a respeito desse assunto!... Mas, como já disse, pode ser que eu faça algumas correções futuramente. Ufa!

karol disse...

achei muito interessante vi muita coisa que nem imaginava ..
me desculpe achei que se tratasse de uma coisa diferente por fim li e digo parabens muito bom seu trabalho continue as escrituras um forte abraço

de kunhapotut

Unknown disse...

O que eu acho engraçado é os os evangelhos falarem do nascimento de Jesus e sua vida sendo que eles só conheceram Jesus qd ele tinha aproximadamente 30 anos. Como sabiam que ele foi pró Egito pra fugir de Herodes? Como sabiam dos três reis magos? Outras coisas pertubantes TB será que dos 0 aos 30 anos Jesus não fez nenhum milagre digno de nota? Pq dos 0 aos 12 anos não há nada sobre Jesus e pq dos 12 aos 30 TB há está lacuna? Como registraram coisas que Jesus pedia em segredo com deus, orando sozinho muitas vezes? Por estas e muitas outras coisas que eu acho que a bíblia foi totalmente manipulada.

Unknown disse...

O que eu acho engraçado é os os evangelhos falarem do nascimento de Jesus e sua vida sendo que eles só conheceram Jesus qd ele tinha aproximadamente 30 anos. Como sabiam que ele foi pró Egito pra fugir de Herodes? Como sabiam dos três reis magos? Outras coisas pertubantes TB será que dos 0 aos 30 anos Jesus não fez nenhum milagre digno de nota? Pq dos 0 aos 12 anos não há nada sobre Jesus e pq dos 12 aos 30 TB há está lacuna? Como registraram coisas que Jesus pedia em segredo com deus, orando sozinho muitas vezes? Por estas e muitas outras coisas que eu acho que a bíblia foi totalmente manipulada.