(escrito por Herácides Gimenez)
“Y el indio es como tortuga
de duro para espichar;
si lo llega a destripar
ni siquiera se le encoge:
luego sus tripas recoge
y se agacha a disparar.”
José Hernández, “Martin Fierro”
Há dezenas de anos atrás - em meio á gigantesca e exuberante floresta amazônica brasileira - existia uma tribo (hoje extinta) chamada de “Jumas”. Como a maioria das outras tribos indígenas brasileiras, os Jumas tinham como principal meio de subsistência a caça e a pesca. Com a chegada do homem branco, toda a caça desapareceu em muito pouco tempo, graças á covarde eficácia das armas de fogo. Mas isso fora apenas o começo. O golpe de misericórdia para e completa extinção dessa tribo (e de numerosas outras mais) foi quando os garimpos clandestinos transformaram os rios amazônicos em uma asquerosa pasta vermelhenta de mercúrio, tornando impossível até para o melhor caçador de os índios poder enxergar alguma coisa debaixo d`água. Como essa tribo apenas conhecia a técnica da pesca com arco-e-flecha, não demorou muito tempo para os índios empeçarem a passar fome.
Como o objetivo desta história é apenas contar sobre a vida de um jovem índio chamado Karé, não me estenderei mais em esses detalhes sobre a miséria e destruição de seu povo (que muito me revolta e me faz sentir envergonhado de fazer parte de os ditos “homens civilizados”), mas apenas concluirei com os dados sobre a destruição de essa tribo citando os outros “presentes” do homem branco, que inevitavelmente acabaram destruindo toda uma etnia humana: doenças venéreas provenientes dos prostíbulos da Europa (o índio conheceu a sífilis e a gonorréia sem nunca haver visto em sua vida uma cinta-liga francesa); bebidas alcoólicas (fundamental para enfraquecer o corpo e – principalmente - a moral); e toda a pompa material da modernidade - com suas roupas confeccionadas em cortes complexos e tecidos luxuosos - e seus pertences pessoais e demais objetos modernos, que demonstraram aos indígenas que eles já não mais eram apenas um povo vivendo na floresta, e sim homens seminus pobres, ignorantes e primitivos. Em comparação aos brancos, o índio era algo próximo de um mendigo.
Karé possuía nessa época dezesseis anos. Claro que nem ele nem seus parentes poderiam saber disso, já que a contagem de os dias, meses e anos não têm utilidade nenhuma para um índio. Mas, claro, todos já haviam percebido (inclusive o próprio Karé) que ele já não era mais um curumim, e que já estava em boa época para começar seu treinamento para que ele pudesse se tornar em um bom caçador para sua tribo. Karé já sonhava em capturar sozinho a algum animal raro e gigantesco, para o orgulho de sua família e admiração de todas as mulheres. Quando ele crescesse e se tornasse um homem sua tribo jamais ficaria sem carne, e seus velhos e crianças estariam todos barrigudos e contentes. Sim... Karé seria um ótimo caçador. Seria o mais forte de todos.
Karé pensava em todas essas coisas, quando de repente escutou um ruído. Desde a manhã (desobedecendo aos mais velhos) ele perambulava pelas cercanias de onde - havia pouco tempo - homens brancos haviam instalado mais um de seus malditos garimpos. Ele havia sido advertido incontáveis vezes pelos homens mais velhos para que jamais se aproximasse dos “brancos barbudos” mas – como todo jovem humano – Karé desobedecera movido pela curiosidade. Aproximando-se do ruído, Karé percebeu o que ele imaginou ser um lobo:
- Aproxime-se, Karé, preciso falar com você.
O jovem índio deu um grito e caiu de costas, espalhando suas flechas pelo chão. Mantinha por reflexo empunhado seu arco e - sem tirar os olhos do animal -
tateava desesperado pelo chão em busca de alguma seta. Karé estava completamente apavorado, pois podia jurar que ouvira o pequeno animal falar.
- Você não está pensando em me disparar com essa arma, está, Karé? –
disse o animal (que na verdade – ao contrário do que pensava Karé – era um cachorro)
- acalme-se, pequeno índio... estava á tua espera para falar-lhe, e nada farei para amedrontá-lo... prometo.
- Um lobo que fala?... – disse Karé, pálido como um dos “barbudos”.
- Não sou um lobo, pequenino. Sou um cão. Sou um dos três aliados do homem branco, e vim aqui para lhe falar. Quero que preste muita atenção a todos nós.
- Todos nós?... – disse Karé, recompondo-se pelo tom tranqüilo do discurso do cão e olhando para os lados – “todos nós”, quem?
- Escute com atenção, Karé: eu sou um cão. Sou o primeiro aliado do homem branco, e minha virtude é a lealdade. Vim para aconselhar-te: não acredite em a beleza das palavras, pois é em ela que mora as maiores mentiras. Nunca se esqueça disso, criança. – e, dizendo-lhe isso, o cão levantou-se e desapareceu na floresta, deixando Karé sozinho e calado.
Depois de algum tempo, quando finalmente se recuperou, o jovem índio começou a rir sozinho, maravilhado. “Um animal falou comigo” pensava, estupefato. Mas nem teve tempo para conjecturar sobre isso, pois em seus pés aproximou-se furtivamente um pequeno gato negro.
- Saudações, Karé. Tens, por acaso, alguma carne para invitarme? Estou faminta.
- Quem é você, criatura? – disse Karé, a essa altura aparentemente já quase habituando-se a falar com animais – Parece-tes com uma onça, mas sois tão pequenino e negro!... És um filhote?
- Oh... não seja bobo, Karé... não sou uma onça... – disse o gato, sem poder esconder que o engano o envaidecera – sou uma gata. Sou a segunda aliada do homem branco, e a minha virtude é a intuição. Vim precaver-lhe para que escutes ao teu coração, e não á tua mente.
- Que dizes? – perguntou Karé, sem entender.
- Digo-lhe que tomes cuidado com o que pensas. Nem sempre escolherás o melhor, pensando racionalmente. Conheces a Lua, Karé? – indagou a gata, esfregando-se carinhosamente em sua perna.
- Sim. É a irmã do Sol.
- “Irmã do Sol...” – repetiu a gata, pensativa e com certa ironia – a Lua é minha mãe, índio... aprenda com ela a ouvir teu coração. Adeus. – e foi-se, tão ou mais rapidamente do que o cão.
- Espere! – gritou Karé, mas já era tarde. Só lhe restou continuar caminhando. E caminhou, até finalmente encontrar o que ele imaginou (acertadamente) ser o terceiro aliado do homem branco: tratava-se de um belíssimo animal que ele (talvez por ser ainda muito jovem) nunca havia visto. Era sem dúvida o animal mais bonito que ele já vira.
- Olá, belo animal – disse Karé, aproximando-se – és muito bonito. Como te chamas?
- Parece-me que já sabes que sou o terceiro aliado do homem branco – disse ele seriamente, analisando com curiosidade o pequeno jovem – sou um cavalo. Como terceiro e último aliado do homem branco, a minha virtude é a própria aliança. Vim aconselhar-te para que muito te acauteles com o tipo de barganha que tu fizeres. Lembra-te de que existem acordos que não podem ser desfeitos.
- Lembrarei, lindo animal.
- Se continuares a seguir por este caminho que te trouxe até mim, até nós, Karé, encontrarás ao imperador do homem branco – continuou o cavalo, com gravidade – tome muito, muito cuidado com ele, pequenino.
- Imperador? – disse Karé, curioso – falarei, agora, com o chefe dos barbudos?
- Sim – respondeu o cavalo – muito embora não seja de minha vontade que isso te ocorra. Por mim, te colocaria em minhas costas e te levaria para qualquer lugar do mundo que quiseres, apenas com a condição de que me alimentes, me dê de beber e escove meu pêlo. Mas teu destino é outro, filhote dos homens, e só me resta acatá-lo... por mais tristeza que isso me traz. – dizendo isso, virou-se e desapareceu a galope.
E então - como o cavalo previra - Karé deparou-se com uma clareira em meio á floresta. Essa clareira tratava-se de uma estrada construída pelos homens brancos, e um homem vestido de negro fumava algo, sentado ao lado de onde uma estrada se dividia em três. Ele estava parado em uma encruzilhada. No ar, Karé sentiu um desagradável cheiro que lembrava á peixe em decomposição, e pairava ao redor uma opressiva atmosfera psíquica de rancor, angústia e solidão.
- Olá, Karé... chega mais perto para falar comigo. – disse o estranho “homem”.
- Você é o imperador dos homens barbudos? – disse Karé, cautelosamente.
- “Imperador”?... – perguntou o homem, desatando-se a rir vulgar e estrepitosamente – quem foi que te disse isso, criatura? – disse ele, recompondo-se.
- Um animal grande chamado “cavalo” – respondeu Karé – e ele parecia não gostar de você...
- Sim, sim... – respondeu o ser com a mão em seu queixo, pensativo - quer saber quem eu sou, pequenino? Quer saber o meu nome?
- Sim.
- Sou o Demônio. Satã é o meu nome. Sou o primeiro dos caídos, criança... e, com certeza, também serei o último. – disse o diabo, com orgulho.
- “Primeiro dos caídos”... – disse Karé, sem entender – o que significa isso, Satã? Não és o chefe dos homens brancos, como dissera o cavalo? Que fazes tu, afinal? – perguntou Karé. Como qualquer outro índio que não tivera contato com nenhum branco cristão, ele não conhecia o demônio. Jamais ouvira falar sobre ele. Satã, percebendo-se disso, pôs-se a rir ainda mais convulsivamente do que antes. E Karé, como não sabia com quem estava lidando, continuou o diálogo naturalmente e sem o menor receio. Para sua desgraça, ele já se havia esquecido dos conselhos dados pelos três animais.
- O cavalo te disse a verdade, pequeno. Sou eu o imperador de o reino dos homens, e estou aqui para fazer-lhe um convite. Caberá a você aceitá-lo... ou não.
- Pois então fale, Satã.
- Não tens medo de mim, Karé?
- Deveria, eu, ter?
- Apenas escute, meu jovem: estou aqui para lhe oferecer um pouco de meu poder. Através de mim, poderás ser o maior caçador que já existiu. Que tal lhe parece?
- De que forma, Satã? – perguntou Karé, sem disfarçar sua curiosidade – por acaso sois alguma espécie de pajé?... Sois algum tipo de feiticeiro?
- Oh... oh... oh... – o demônio quase não conseguia se conter, surpreendido pela ingenuidade do índio – sim, Karé, sou um feiticeiro. E sou, também, de todos, o mais poderoso.
- Podes me converter em o maior caçador destas matas?
- Em verdade te digo que posso tornar-te em o maior caçador que já existiu... ou irá existir.
- E que queres em troca?
- Não muito... Apenas que ofereças teu corpo para mim, quando morreres.
- Apenas isso? – disse Karé, desconfiado.
- Sim.
Súbito Karé lembra-se de instantes atrás, e de todas as conversas que tivera até então. Lembrou-se do cão que lhe dissera para não acreditar em belas palavras, da gata que lhe aconselhou a escutar sua intuição, e do cavalo que lhe preveniu sobre fechar acordos. Um arrepio percorreu sobre sua espinha, fazendo-o repensar.
- Não estou interessado, Satã – disse Karé, resoluto – mui respeitosamente agradeço tua oferta, mas temo que irei recusar.
- Não acreditas que tenho poder para dar-te o que te estou a afirmar, garoto? – perguntou o demônio, com exagerada e quase afetada soberba.
- Não é isso – respondeu o rapaz – fizeste-me uma pergunta, e lha estou respondendo: minha resposta é não. Não estou interessado, senhor. Não, mesmo.
- Pois muito bem – disse o diabo, levantando-se – estarei á tua espera... para quando mudares de idéia.
E então o demônio desapareceu. Karé voltou para sua aldeia, e nada disse para ninguém a respeito das suas aventuras. Sentia uma enorme vontade de dividir seu segredo com alguém, mas achou melhor guardar tudo para si. E assim o fez.
Os anos se passaram, e Karé tornou-se um índio forte e bonito. Admirado pelas mulheres, Karé também era respeitado pelos outros caçadores, que sentiam orgulho de fazer parte do mesmo grupo de caçadores do qual ele também estava.
E tudo estava indo bem, até finalmente chegarem às proximidades de sua tribo os homens brancos com todas as suas desgraças. Os rios tornaram-se poluídos (os índios não sabiam que era mercúrio, e imaginaram ser sangue), e quase toda a tribo (principalmente os mais velhos) começou a ficar doente. Sarampo, rubéola, caxumba, varíola - e uma infinidade de outras doenças que atravessaram o mar - derrubaram os índios como frutas podres. Os poucos que restavam já não encontravam mais animais para caçar, nem peixes para pescar. Muitos dos índios aprenderam a beber com os brancos, tornando-se alcoólatras. Foi tudo muito de repente. Em pouquíssimo tempo toda a sua linda tribo transformou-se em uma vila indígena feia e miserável, com crianças órfãs morrendo de fome, e os poucos sobreviventes reduzidos a mendigos bêbedos, ou loucos. Foi tudo muito rápido. Um dia Karé despertou e percebeu que - de toda a sua tribo - só restavam ele e duas velhas índias. Todos os seus companheiros e familiares estavam mortos. Todos.
Na última tarde de sua vida Karé recolheu as flechas que afiara pela manhã, apertou o nó de seu arco, e saiu para caçar a refeição para ele, Baru e Inté. Atraída pelo odor de sangue de o animal que Karé havia caçado, uma magricela e faminta onça abocanhou-lhe o pescoço, e Karé caiu para morrer. Estava tudo acabado? Não.
Súbito Karé abre novamente seus olhos, e percebe que está novamente em aquela estrada, sente o mesmo cheiro de peixe estragado, e aquele senhor de altivo e terrível aspecto que se denominava “Satã” estava mais uma vez á sua frente, sorridente. Karé olhou para si mesmo e viu que ainda era um garoto. Tudo o que ele vivera desde aquela tarde em que encontrou os animais, até o momento de sua morte, havia sido apenas um sonho. Mas fora tão real!...
Karé chorava, confuso, até que o demônio lho interrompeu, dizendo-lhe:
- E então, Karé... que tal lhe parece teu destino?
- Meu destino? – perguntou, confuso.
- Sim. O que vistes não fora apenas uma ilusão. Trata-se de teu futuro. Vistes exatamente como as coisas sucederão... a menos que faças o trato comigo.
- Se fizer o trato contigo, nada daquilo sucederá? – perguntou Karé, atônito – de quê forma?
- Da forma como tu quiseres, criatura. A mim não me importa o que pedires. Poder, magia... escolhe o que quiseres. Posso matar aos brancos que representarem perigo ao teu lar... posso tornar tua gente imune ás doenças... posso dar-te qualquer coisa que quiseres. Até mesmo mudar esse teu desgraçado destino. Tudo o que tens a fazer é entregar-se a mim, depois de tua morte.
Karé lembrou-se de tudo: Das crianças deformadas pela varíola, do gemido dos velhos moribundos, dos gritos das mulheres que restaram, abandonadas e famintas. Toda aquela desgraça passou por sua mente, fazendo-o cair de joelhos em lágrimas, sem poder se conter.
- Não, não, não... nada daquilo pode acontecer... eu imploro... nada.
- Quer dizer que aceitas meu trato? – perguntou o diabo.
Karé enxuga suas lágrimas e olha para o perverso ser. Percebe, então, que aquele asqueroso cheiro que sentia provinha dele. Lembra-se de os animais, e do conselho que - desinteressadamente - lhe deram. Karé lembra-se da lua: O que diz seu coração?
- Não. – Diz Karé, olhando diretamente para o demônio.
- Como?
- Minha resposta, mais uma vez, é não.
- Tens certeza disso, mortal?
- Sim.
- Como quiser.
O demônio vira-se para trás e – aparentemente - sai caminhando normalmente. Quando Karé vira-se instintivamente para outro lado e torna a mirá-lo, o demônio se havia transformado em uma espécie de redemoinho que girava furiosamente, até desaparecer por completo. Karé voltou para sua tribo completamente abalado - sabendo de tudo o que aconteceria - mas aceitou seu destino. Escutara seu coração, e ele lhe havia dito para que assim o fizesse.
Epílogo
Karé realmente vivera tudo do mesmo jeito como o demônio lho havia mostrado. Tudo. Entretanto, em seu coração havia uma espécie de resignação, alguma coisa misteriosa que era como uma sensação inexplicável de que tudo teria um propósito, ou de que ao menos tudo poderia ser recompensado – ou explicado - por algo, posteriormente. Não obstante, Karé passou o restante de sua vida perguntando “por quê?”: Por que sua tribo teve de ser dizimada? Por que tantos inocentes morreram de forma tão cruel? Mas, evidentemente, Karé ficou sem entender tudo isso, até o derradeiro momento de sua morte. Até o derradeiro instante em que ele fora abatido por aquela onça.
Karé fechou os olhos, lembrou-se do demônio, e sentiu muito medo. Medo de que ele aparecesse novamente com mais uma das suas propostas. Mas ele não apareceu.
Mas nenhum ser vivo poderá saber para onde Karé foi, ou com quem se encontrara ele, depois de sua morte. Ninguém fora testemunha de tal fato.
Mas qualquer ser humano - seja ele índio, preto ou branco – perceberá que - mesmo depois de todo esse sofrimento - ainda há lugar para - em meio á floresta - os pássaros cantarem alegremente ao nascer do Sol:
Como uma não-verbalizada promessa de que nem tudo está perdido.
Como uma sutil mensagem de esperança.
Finis Operis.
“Para Dios tu vida de um segundo vale por décadas enteras;
para El no existe el tiempo, y solo valora el sufrimiento.
Ven a celebrar la fiesta de Todos los Santos con nosotros.”
Marcel Scwob, “El Zueco”
“Hush, little one...
it`s not so terrible.
Just let go of the flesh...
of the pain.
Fear not... for the universe is kind.”
Allan Moore, “Southern Change”
14 comentários:
Hola Junior, me encantó tu historia,soy muy orgullosa de ser tu tia, espero verte muy pronto, te quiero mucho, tia tuti
GRACIAS, TÍA TUTI, ME ALEGRO MUCHISSIMO! BESOSS
Saides, gostei muito, muito mesmo. É uma linda metáfora, que usa ricos elementos da cultura indígena, e, no meu modo de ver, muito relacionado à fé. A fé humana em sua essência, não fomatada ideologicamente. Você sabe do que está falando, constroi a verossimilhança com muita competência no seu texto. Apenas alguns cortes para maior concisão são necessários... em vez de descrever visualmente, como se fosse um roteiro de audiovisual, apenas narre, e deixe a percepção do momento por conta do leitor. Por exemplo: "O demônio vira-se para trás e – aparentemente - sai caminhando normalmente. Quando Karé vira-se instintivamente para outro lado e torna a mirá-lo, o demônio se havia transformado em uma espécie de redemoinho que girava furiosamente, até desaparecer por completo." Como fica mais conciso: O demônio vira-se como se fosse caminhar, mas quando Karé o procura com os olhos ele havia se transformado em uma espécie de redemoinho que girava furiosamente, até desaparecer." Sacou? rs Parabéns, pelo trabalho, manda pro editor que te falei. Bjus, Julia de Lucca.
muito obrigado, Júlia, me sinto honrado por ter sido elogiado por você! ah é, a história que fala sobre a morte do personagem "Denis" (que também postei aqui neste blog) eu fiz depois de ler a tua história do livro "MOEDAS PARA O BARQUEIRO"!... achei interessante a idéia de falar sobre a vida após a vida,e tentei narrar algo,também,do meu jeito... se puder, da uma olhada! besoss
gostei muiito de ter liido essa historia ..
ela fala um pouco sobre a cultura e da bravura do povo indigena ..
gosto muiito de ver que existem pessoas que respeitam e gostam de nossa cultura ..
parabens pelo seu dom .. e por seu amor por um povo que sofre tanto ..
queria dizer q nao queremos guerra com os brancos so queremos q eles respeitem nossa terra ea natureza ..
estou emocionada em ver q sao fatos reais
“... A tribo dos Jumas vivia no século dezoito perto do Rio Purus, e eram quase quinze mil pessoas. Na década de noventa, restavam apenas três representantes da etnia: Duas velhas índias, Baru e Inté, e o jovem guerreiro Karé. Karé foi morto por uma onça em 1993. Foi o fim de mais um povo indígena, e de toda uma cultura.”
"Poucas coisas são tão assustadoras quanto ouvir uma árvore cair dentro da floresta. O barulho é parecido com o estrondo de um trovão. Espanta (e mata) pássaros, macacos, e muitos outros animais. Até mesmo serradores correm em disparada. Ao cair, a árvore cortada leva consigo outras cinco ou seis, presas a ela por cipós. Também morre toda a vegetação no lugar onde a árvore cai. Depois, seus galhos são cortados e ela é abandonada em forma de tora no meio do mato. Dias, ás vezes semanas depois, outro grupo tenta achar a árvore derrubada. Para cada árvore que chega a uma serraria, outras vinte e sete morreram inutilmente. A maioria é esquecida na floresta. Por usar técnicas rudimentares, as serrarias da Amazônia desperdiçam um terço de toda a madeira que recebem. Esses restos são transformados em carvão, vendido a vinte centavos de dólar o quilo. Nenhuma empresa do mundo sobrevive com um índice de desperdício tão grande."
(para a minha amiga Kunhapotut) Muito obrigado por postar o seu comentário no meu blog, Carol, foi muito bonito também vc ter dito que os índios não querem guerra, mas a verdade é q se entrassem caminhões e tratores na minha casa derrubando e invadindo com tudo, eu com certeza me defenderia... talvez eu não esteja mesmo falando por todos,mas vc acertou quando disse q eu amo o meu sangue indígena. o índio é um povo muito bom, mas também é muito forte e, como você mesma disse, guerreiro. muita luz pra você, minha amiga, e obrigado!
Amei querido lindíssimo!!! Acho q é essa certeza que nos move e nos faz continuar a jornada por mais difícil que seja, que tudo tem seu propósito, propósito que nos faz caminhar com passos firmes em direção ao crescimento,a verdade mais pura de nossa alma, sem nos vender e sem perder a esperança de uma vida melhor... Ahowww
O fato de esta minha pequena história estar chegando ao acesso até dos nossos queridos (e valiosíssimos) índios brasileiros é uma das provas de que a tecnologia também pode ser boa... Da mesma forma como uma lança pode ser usada para matar e, ao mesmo tempo, também para salvar uma vida. Como o fogo. Talvez a internet seja a arma-que-não-fere, e - como o microfone - seja das mais eficientes. Já quase posso ver um bom futuro despontando em este crepúsculo... ahhhh
Belíssima fábula meu amigo, adorei a forma como escreveu. As descrições que nos levam para dentro da floresta que nos fazem sentir compaixão pelo povo indígena e revolta por toda a dor e destruição que o "nosso povo" causou. A mensagem de sempre acreditar e seguir nosso coração sempre será válida e atual, em qualquer época...
Raquel
Belíssima fábula meu amigo, adorei a forma como escreveu. As descrições que nos levam para dentro da floresta que nos fazem sentir compaixão pelo povo indígena e revolta por toda a dor e destruição que o "nosso povo" causou. A mensagem de sempre acreditar e seguir nosso coração sempre será válida e atual, em qualquer época...
Nossa saides muito bom!
toda essa fábula descreve toda realidade da vida de algumas tribos indígenas de hoje.
muito bom mesmo! também vou postar no meu blog.ahooo!!
Fabula linda!
Homenageia um povo tão rico culturalmente, cheio de amor, fé e esperança! Representou muito bem a cultura indígena!!!
Linda! emocionante!!!
Postar um comentário