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quarta-feira, 3 de setembro de 2014

FALTA "KUNG FU" NO KUNG FU OCIDENTAL




Nesta reportagem irei falar sobre Wushu, mas de uma maneira diferente. Irei falar de todos os aspectos negativos que pude constatar pelos quatro anos em que o pratico.



Sei muito bem que ainda estou bastante longe de ser um veterano, ou um profissional, mas eu acredito que quatro anos não deixam de ser um período significativo para se ter, pelo menos, algo condizente para se dizer.



O primeiro de tudo é que em quase todas escolas que eu já vi tem muito exercício, e pouco wushu.



Sempre achei errado o hábito que as academias brasileiras têm de, após o aquecimento (cardio) começarem invariavelmente com as típicas flexões de braços e polichinelos. A meu ver isso sempre foi um absurdo, pois muito pouco sobra de histamina (fôlego) e até mesmo glicogênio, depois, para se treinar aos Taolus.



E então li uma matéria em inglês sobre um americano descendente de chineses que foi á China para treinar wushu, e qual não foi minha surpresa quando ele mesmo comentou que apenas lá ele percebeu o quanto os Ocidentais estão equivocados em fazer os exercícios pré-treino, ao invés de pós-treino, como se faz na China. Ou seja, ao contrário do que os instrutores pensavam (quando apenas olhavam com o canto dos olhos pra mim, mas nada diziam, quando eu dizia a frase que está acima em negrito), eu estava certo. De fato, os chineses não praticam exercícios pesados antes de os Taolus. Apenas o cardio. Ponto pra mim.



Como, por fim, não estou mais nem em uma Escola de Wushu Moderno, e nem mais em uma Academia de Kung Fu Tradicional, agora tenho toda a liberdade que eu quiser para estabelecer o meu próprio treinamento ideal, e também nada me impede de repartir esses meus supostos conhecimentos com quem estiver interessado em eles.



Tentando ser o mais direto, sucinto, que me for possível, digo que o meu fundamento particular é uma fusão entre o Chan Quan (wushu moderno do norte) mas apenas utilizando-se de seus movimentos estáticos , sem todos os saltos e as corridas, e fundindo-os  com aspectos do Tai Chi como o de executar-se todos os movimentos de forma mais lenta e gradual, demorando-se por longos períodos estáticos em cada forma para se adquirir uma base ultra-sólida.



Grosso modo, eu treino Punho Longo como se fosse Tai Chi, e esse treino que eu faço pode ser descrito como "treinar o estilo mais acrobático do wushu em câmera lenta", como também "treinar o estilo mais calmo do wushu de forma agressiva".



Outra coisa que acrescentei foram os exercícios para as articulações dos  pulsos (que julgo importantíssimos para se adquirir força física e uma potência de socos excelente) que aprendi com meus estudos sobre o Wing Chun ("kung fu tradicional sulista" mor).



Resumindo, o meu treino particular terminou por ser um amálgama (ou uma mistura) entre os três estilos mais controversos de todo o Wushu.


E mais, julgo que apenas as próprias bases dos Taolus - podemos mesmo centrarmo-nos apenas em o famoso "Wubu Quan Shaolim" - já são mais do que suficientes como exercícios físicos.



O próprio Taolu já é um exercício físico de alta performance por si só.


Não precisamos de mais nada além dos cardios.




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