Nesta reportagem irei falar sobre Wushu, mas de uma maneira diferente. Irei falar de todos os
aspectos negativos que pude constatar pelos quatro anos em que o pratico.
Sei muito bem que ainda estou bastante longe de ser um
veterano, ou um profissional, mas eu acredito que quatro anos não deixam de ser
um período significativo para se ter, pelo menos, algo condizente para se dizer.
O primeiro de tudo é que em quase todas escolas que eu já vi tem muito exercício, e pouco wushu.
Sempre achei errado o hábito que as academias
brasileiras têm de, após o aquecimento (cardio) começarem invariavelmente com
as típicas flexões de braços e polichinelos. A meu ver isso sempre foi um absurdo,
pois muito pouco sobra de histamina (fôlego) e até mesmo glicogênio, depois,
para se treinar aos Taolus.
E então li uma matéria em inglês sobre um americano
descendente de chineses que foi á China para treinar wushu, e qual não foi
minha surpresa quando ele mesmo comentou que apenas lá ele percebeu o quanto os
Ocidentais estão equivocados em fazer os exercícios pré-treino, ao invés de
pós-treino, como se faz na China. Ou seja, ao contrário do que os instrutores
pensavam (quando apenas olhavam com o canto dos olhos pra mim, mas nada diziam,
quando eu dizia a frase que está acima em negrito), eu estava certo. De fato,
os chineses não praticam exercícios pesados antes de os Taolus. Apenas o
cardio. Ponto pra mim.
Como, por fim, não estou mais nem em uma Escola de Wushu Moderno, e nem mais em
uma Academia de Kung Fu Tradicional,
agora tenho toda a liberdade que eu quiser para estabelecer o meu próprio
treinamento ideal, e também nada me impede de repartir esses meus supostos conhecimentos
com quem estiver interessado em eles.
Tentando ser o mais direto, sucinto, que me for
possível, digo que o meu fundamento particular é uma fusão entre o Chan Quan (wushu moderno do norte) mas apenas utilizando-se de seus
movimentos estáticos , sem todos os saltos e as corridas, e fundindo-os com aspectos do Tai Chi como o de executar-se todos os movimentos de forma mais
lenta e gradual, demorando-se por longos períodos estáticos em cada forma para
se adquirir uma base ultra-sólida.
Grosso modo, eu treino Punho Longo como se fosse Tai Chi,
e esse treino que eu faço pode ser descrito como "treinar o estilo mais
acrobático do wushu em câmera lenta", como também "treinar o estilo
mais calmo do wushu de forma agressiva".
Outra coisa que acrescentei foram os exercícios para as articulações dos pulsos
(que julgo importantíssimos para se adquirir força física e uma potência de
socos excelente) que aprendi com meus estudos sobre o Wing Chun ("kung fu tradicional sulista" mor).
Resumindo, o meu treino particular terminou por ser um
amálgama (ou uma mistura) entre os três estilos mais controversos de todo o
Wushu.
E mais, julgo que apenas as próprias bases dos Taolus
- podemos mesmo centrarmo-nos apenas em o famoso "Wubu Quan Shaolim" - já são mais do que suficientes como
exercícios físicos.
O próprio Taolu já é um exercício físico de alta
performance por si só.
Não precisamos de mais nada além dos cardios.
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