(Nova York - Dezembro de 2021)
- Muuito boa noite a todos! Eu sou William
Shears...
- E eu sou Billy Campbell.
- Nós estamos ao ar novamente - ao
vivo!... - e eu sei que todos estão muito ansiosos por saber o que esta noite
bastante nevosa (e exageradamente fria, eu devo dizer...) de dezembro nos traz,
não é mesmo, Bill?
- É isso, mesmo, Will.
- Nossa primeira reportagem é: “Nibiru,
qual será a verdade?”, e hoje teremos aqui em nossos estúdios algumas
participações muito especiais e que, com certeza, irão estarrecer aos nossos
queridos telespectadores, não é verdade, meu caro Bill?
- Sim, Will. Falaremos com Fred Labour,
com nossa repórter Shirley West, e uma inesperada surpresa no final deste
programa...
- Surpresa? Que tipo de surpresa? Será que
estamos falando de algum dos representantes dos homens lagartos, Bill?
- Bem... Como eu já disse, será uma
surpresa, Will.
- Mas é claro... Me desculpe!... Ahãn...
Bem, estamos recebendo uma transmissão ao vivo de Liberty Island, e Shirley
West tem para os nossos telespectadores novas notícias sobre o recente ataque
ao maior símbolo de nossa nação... Senhorita Shirley, muito boa noite...
- Obrigado, William. Estou falando ao vivo
de Liberty Island, e a visão que eu tenho, agora, é absolutamente
inacreditável, rapazes... Há cerca de quatro horas atrás, um ataque terrorista
de origem desconhecida destruiu a cabeça de nosso maior símbolo: A estátua da
liberdade. Os escombros que vocês estão vendo agora são tudo o que restou da
explosão. Algumas testemunhas estão dizendo que o ataque veio do alto... E aparentemente
por objetos voadores desconhecidos...
- Perdão, Shirley, mas espere só um
momento... Será que eles estão querendo dizer que se trata de um ataque
empreendido pelos Draconians?
- Aparentemente, sim, senhor.
- Bom, para você que ligou o seu televisor
agora, faremos um breve resumo dos acontecimentos em as últimas quarenta e oito
horas: Nibiru, que todos pensávamos se tratar de uma estrela – ou asteróide –
revelou-se nesta última quarta-feira como sendo uma espécie de “Nave-mãe”
gigantesca de uma raça humanóide vinda de uma galáxia vizinha conhecida como
Zeta II Reticuli, que fica a exatos trinta e sete anos luz do planeta Terra.
Como nossos telespectadores vêem
acompanhando, os tripulantes dessa espécie de “nave” são inteligentes, e
aprenderam muitos dos nossos idiomas. Não possuem aparelho fonético similar ao
nosso que os permitam falar, por isso apenas se comunicaram até agora conosco
através de mensagens escritas mandadas de alguma forma desconhecida para a web
da Terra.
Aparentemente, rapidamente assimilaram
nossa tecnologia computadorizada e estão estabelecendo comunicações esporádicas
conosco há pelo menos quarenta e duas horas, mas as únicas coisas que nos
chegaram até agora foram algumas mensagens de difícil compreensão.
Aparentemente, eles ainda não possuem o completo domínio da nossa linguagem
humana...
- E quais foram as mensagens deles pra nós, até agora, Will,
poderia nos dizer?
- Bem, a primeira delas foi esta: “HOMEM - TECNOLOGIA - DESTRUIR”.
A segunda: “PLANETA - DOENTE - LIMPAR”. A última que nós recebemos dizia
“ABRIGO - SUBTERRÂNEO - ENCONTRAR”. Isto me parece ser algum tipo de “jogo de
palavras”, não é mesmo, meu caro Bill?
- Aparentemente, sim, Will... Mas vamos voltar para nossa a
belíssima repórter Shirley, que parece ter algumas novidades para nós...
Shirley, é com você, querida.
- Muito obrigado, Billy. Agora a pouco aconteceu algo inesperado,
rapazes: Pela primeira vez, em meses, Nibiru está saindo de sua posição a
noroeste, e parece estar se aproximando... Será que eles estão...
(SSCRAAAAATCHHH)
(fim da transmissão)
2021 FOI UM ANO TERRÍVEL PARA A HISTÓRIA
DA HUMANIDADE.
FOI O ANO EM QUE AS CALOTAS POLARES
PRATICAMENTE DESAPARECERAM. PAÍSES DESENVOLVIDOS CONTINUAM ARREMESSANDO
GIGANTESCOS BLOCOS DE GELO EM O OCEANO ATLÂNTICO PARA TENTAREM CONTROLAR O
CLIMA, MAS A SITUAÇÃO ESTÁ CADA VEZ MAIS FORA DE CONTROLE.
ENTÃO SURGE NO CÉU UMA GRANDE ESTRELA,
BATIZADA PELA MÍDIA DE “NIBIRU”, QUE A CADA SEMANA PARECIA (E DE FATO ESTAVA)
ESTAR MAIS PRÓXIMO DE A ÓRBITA DA TERRA. A INTERNET PASSOU A CENSURAR OS MAPAS
CELESTES PARA NÃO ASSUSTAR A POPULAÇÃO, MAS JUSTAMENTE ESSA MEDIDA PREVENTIVA
COLABOROU PARA AUMENTAR UM SILENCIOSO PÂNICO QUE RAPIDAMENTE SE ALASTROU. COMO
UM VÍRUS.
VÁRIOS PAÍSES RESOLVERAM ESTOCAR - EM
IMENSOS E INEXPUGNÁVEIS FRIGORÍFICOS CRIOGÊNICOS - MILHARES DE SEMENTES DE
ALIMENTOS, E LOGO COMEÇOU A FICAR CADA VEZ MAIS COMUNS OS INVESTIMENTOS DE OS
MAGNATAS TERRESTRES EM CONSTRUIREM PARA SI MESMOS (E PARA SUA ABENÇOADA
FAMÍLIA) IMENSAMENTE LUXUOSOS E CONFORTÁVEIS ABRIGOS SUBTERRÂNEOS, INAUGURANDO
UM NOVO “MUNDO”... UM NOVO MUNDO SUBTERRÂNEO, HABITADO APENAS POR UMA MINORIA
PRIVILEGIADA.
NO DIA 22 DE DEZEMBRO DE 2021 O MUNDO
INTEIRO ESTREMECEU AO RECEBER A PRIMEIRA COMUNICAÇÃO VINDA DE UMA INTELIGÊNCIA
NÃO-TERRESTRE DIRECIONADA Á TERRA. NESSE MESMO FATÍDICO DIA, A “ESTRELA”
CONHECIDA COMO “NIBIRU” APROXIMOU-SE DE A ÓRBITA TERRESTRE, DIRECIONANDO-SE Á
NOVA-YORK.
DEZ HORAS DEPOIS, A CASA BRANCA RECEBEU
SUA TERCEIRA MENSAGEM, E A GRANDE ESTÁTUA SÍMBOLO DE OS ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA TEVE SUA CABEÇA DESTRUÍDA POR ALGUM TIPO AINDA DESCONHECIDO DE ARMA...
NA DATA PRESENTE, AS REDES DE ENERGIA
ELÉTRICA DE CENTENAS DE MILHARES DE CIDADES DO MUNDO FORAM INTERROMPIDAS DE
FORMA DESCONHECIDA, E O QUE COMEÇOU COM APENAS UM CONTRATEMPO, POUCO A POUCO
COMEÇOU A SE TRANSFORMAR EM PÂNICO, VISTO QUE MAIS DA METADE DO MUNDO ESTÁ SEM
ENERGIA ELÉTRICA HÁ PELO MENOS OITENTA E OITO HORAS, E SAQUES, ASSALTOS E TODO
TIPO DE VANDALISMO JÁ COMEÇOU A FICAR FREQÜENTE EM AS GRANDES CIDADES DE TODO O
GLOBO.
E AGORA, PARA COMPLETAR, CENTENAS DE
OBJETOS EM FORMATO DE CUBOS RELUZENTES PULSANTES DE PELO MENOS TRINTA METROS DE
COMPRIMENTO COMEÇAM A PAIRAR POR SOBRE AS CASAS, POR TODO O PLANETA TERRA...
VISITAS INESPERADAS
(Em algum lugar da Terra)
O homem já
caminhava a tanto tempo pela estrada - em meio á completa escuridão de uma
noite chuvosa sem lua, ou estrelas - que começava novamente a sentir aquela já
familiar e extremamente desagradável pressão sufocante em seu peito,
acompanhada por uma acentuada fadiga, e uma latejante e aguda dor em seu ombro
esquerdo. “Meu coração...” pensou ele, e resolveu parar. “Pelo menos um
pouco”. Dion era cardíaco. Aos trinta e oito anos desenvolveu uma arritmia que,
somada à sua hipertensão, deixou-o com seu coração em frangalhos. A qualquer
momento ele poderia sofrer um infarto. De fato, a escuridão não se devia apenas
á noite sem luas ou estrelas, mas antes ao fato de que o vilarejo inteiro
estava sem energia elétrica. Um violento blecaute, ocorrido à pelo menos umas
trinta e cinco, ou trinta e seis horas atrás...
Levava em suas mãos um
pequeno guarda-chuva ainda fechado, por mais que uma fina garoa caísse
intermitente há pelo menos vinte minutos. Aguardava o momento em que a chuva
finalmente rebentasse para poder abri-lo, pois sabia que o vento forte que
soprava tornaria sua caminhada ainda mais sofrida, tentando arrancá-lo de sua
mão. Apesar de rala, a fina chuva já havia umedecido completamente seus
cabelos, e embaçado completamente seus óculos. “Já estou perto da vila”,
pensou, “de lá vou poder ver se em a cidade há luz”. Levantou-se novamente -
quando seu coração pareceu estar descansado novamente - e voltou a caminhar.
Quase simultaneamente a chuva piorou, começando a cair em grandes proporções.
Chegando ao centro da
vila, percebe que tudo está, também, ás escuras. Nenhuma loja, nenhum
comércio... Nenhuma casa aberta. Entretanto, olhando mais atentamente Dion
percebe que o mercado, apesar de totalmente ás escuras, está com a porta da
frente escancarada. Repara, então, que espalhados pelo asfalto estão alguns
produtos menores ainda lacrados em suas embalagens, como buchas de lavar louças
e sabonetes. O mercado fora recentemente saqueado. Lembra-se com temor de sua
irmã e de sua tia, que ficaram sozinhas em sua casa, mas que a essa altura já
deveriam estar dormindo. “Espero que sim...”, pensa consigo mesmo. Olha para as
casas. Quase todas parecem vazias. Dion está há pelo menos uma hora caminhando,
e não se encontrou com absolutamente ninguém mais andando pelas ruas. Todos
deveriam estar amedrontados pela falta de energia elétrica. Até mesmo os
cachorros das casas em que ele sempre passava - e que sempre ladravam para ele
– estavam acovardados pela escuridão. O temporal colaborou para deixar o clima
ainda mais sinistro. Dion escutava apenas o ruído de seus passos, pela estrada
cheia de poças d`água. Tudo estava tão quieto, parecia que na verdade o
vilarejo todo estava abandonado, e que ninguém mais o habitava, tamanho o
silêncio que imperava por toda a parte. Passou pelo centro da vila, e
dirigiu-se para a cidade. Nada. Ninguém. Pega a estrada de terra em direção á
cidade, com a vã esperança de conseguir alguma carona. Alguns carros passam,
apressados, mas nenhum deles pára. Em vinte minutos, Dion alcança a estrada de
asfalto, e detêm-se novamente para descansar um pouco... Talvez tentar utilizar
algum telefone público. Vê um orelhão, e decide ligar para casa. Seu cartão é
recusado. Brigando com o vento, que insiste em lhe tentar arrancar o guarda-chuva,
retoma sua caminhada em meio á escuridão. “Parece que só eu tive coragem de
sair a pé”, pensa, “nem mesmo um marginal parece ter coragem de caminhar,
assim, a essa hora, nessa maldita escuridão”, diz para si mesmo. Dion (apesar
de seu coração doente) sente-se confiante, pois sabe muito bem que ele não é
nenhum senhor indefeso, e porque, além disso, leva consigo no bolso direito de
sua blusa seu taser de 3.800 K.volts. “Será que eu posso
usá-lo na chuva?”, pensa, inseguro. Aparentemente não seria uma boa idéia. Mais
um carro passa e, apesar dos sinais feitos por Dion, ele nem ao menos ameaça
parar. “Desgraçado”, pensa ele, furioso, “Fica com seu maldito carro,
miserável, e vá com ele para o inferno!”, desabafa em voz alta.
Súbito, Dion é interrompido
de seus pragueios por uma forte luz que brilha atrás dele, vira-se, e então a
dor em seu ombro volta, junto com uma forte taquicardia gerada pelo pânico: Um
gigantesco cubo de trinta metros de altura paira no céu (a mais ou menos uns
sessenta metros de altura do chão) brilhando com uma forte e azul-esverdeada
luz pulsante. Dion olha para seu redor e vê que existem mais quatro cubos
iguais espalhados ao seu redor, pelo céu, e então ele senta-se de cócoras e
começa a tentar controlar sua respiração, que começa a ficar ofegante. Percebe,
então, que sua pressão está extremamente alta, e essa consciência o faz
sentir-se ainda pior, e então náuseas lhe invadem, e sua mão recomeça a
transpirar. Dion cai ao chão em meio á escuridão e á chuva, com seu coração
sofrendo um infarto de miocárdio, e a última coisa que ele vê antes de
desfalecer são dois dos cubos pulsantes aproximando-se de uma residência, e
Dion fica escutando aos gritos de pânico de as pessoas que lá estavam, com sua
dor ficando cada vez mais intensa, e as imagens e sons ficando cada vez mais
distantes...
(fim do capítulo)
NO DIA TRINTA DE DEZEMBRO DE 2021, A
TRIPULAÇÃO DE NIBIRU JÁ HAVIA DESTRUÍDO A PELO MENOS QUATROCENTOS E SESSENTA E
SEIS ABRIGOS SUBTERRÂNEOS.
AS PRINCIPAIS FÁBRICAS CONSTRUTORAS DE
AUTOMÓVEIS, E CENTENAS DE MILHARES DE POSTOS DE COMBUSTÍVEL E USINAS DE
PETRÓLEO TAMBÉM FORAM DESTRUÍDOS.
COM AS CIDADES SEM ENERGIA ELÉTRICA
TORNOU-SE COMUM O SAQUE A SUPERMERCADOS E FARMÁCIAS, E TODA A POPULAÇÃO Á NOITE
ISOLAVA-SE EM SUAS CASAS, COM O MEDO CONSTANTE DA INVASÃO DE BANDIDOS.
DEPOIS DE QUASE UM MÊS DE BLECAUTE, NA
ESCURIDÃO COMPLETA, AS NOITES SE CONVERTERAM EM UM MATADOURO PERFEITO PARA OS
CRIMINOSOS. AS PESSOAS JÁ ESTAVAM VIVENDO EM UM CLIMA QUE MUITO POUCO JÁ SE
APROXIMAVA DE A ANARQUIA DA IDADE MÉDIA, COM AS AUTORIDADES MUITO POUCO FAZENDO
PARA REMEDIAR A CALAMIDADE. APARENTEMENTE, ESTAVAM MUITO OCUPADOS EM TENTAREM
SALVAR PELO MENOS A ELES MESMOS...
ATÉ QUE FINALMENTE ACONTECE O QUE TODOS
ESPERAVAM.
A CASA BRANCA LIBERA, E UM ENORME ENXAME
DE MÍSSEIS NUCLEARES COM DESENHOS DA BANDEIRA AMERICANA É LANÇADO AO MESMO
TEMPO NA DIREÇÃO DE NIBIRU, CAUSANDO UMA EXPLOSÃO NUCLEAR TÃO DEVASTADORA QUE
ASTERÓIDES GIGANTESCOS ATINGIRAM A TERRA, COM ALGUNS DELES DESTRUINDO CIDADES
INTEIRAS. MILHARES DE MILHARES DE PESSOAS MORRERAM, MAS NIBIRU FOI (MUITO MAIS
RAPIDAMENTE DO QUE SE ESPERAVA) EFICAZMENTE DIZIMADO.
APARENTEMENTE, NEM MESMO OS SERES HUMANOS
TINHAM IDÉIA DO QUÃO DESTRUIDOR E HORRÍVEL TODO AQUELE ARMAMENTO NUCLEAR ERA.
OS “DRACONIANOS” TAMBÉM.
O “CUBOS” QUE RESTARAM RAPIDAMENTE BATERAM
EM RETIRADA, E A CENA QUE RESTOU FOI A DE UM PLANETA SEMI-DESTRUÍDO COBERTO POR
UMA NUVEM INTERMINÁVEL DE POEIRA RADIOATIVA.
TRÊS BILHÕES DE PESSOAS MORRERAM, MAS O
PLANETA RESISTIU.
OS ATAQUES ALIENÍGENAS FORAM TODOS
DIRECIONADOS A ALVOS ESPECÍFICOS: OS ABRIGOS SUBTERRÂNEOS DOS MILIONÁRIOS MONOPOLIZADORES,
FÁBRICAS DE AUTOMÓVEIS, USINAS DE ENERGIA, REFINARIAS DE PETRÓLEO E POSTOS DE
COMBUSTÍVEIS.
O MUNDO FICOU REDUZIDO A ESCOMBROS, MAS
ALGUNS POUCOS PAÍSES DO PLANETA ACABARAM FICANDO A SALVO, MILAGROSAMENTE, DA
POEIRA RADIOATIVA DA GUERRA NUCLEAR, E UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO PÔDE SER
RECONSTRUÍDO, POUCO A POUCO, PELOS SOBREVIVENTES.
UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, SUJO E DESTRUÍDO,
MAS APARENTEMENTE ERRADICADO DE SEUS ANTIGOS DOMINADORES: OS MAGNATAS.
FIM
EPÍLOGO:
Dion despertou e viu que estava deitado no
chão, em frente ao portão de sua casa. Sua roupa ainda estava úmida e sua
cabeça doía muito, mas ele achou que o mais estranho de tudo isso era ele ainda
estar vivo. “Estranho... achei que tinha morrido...” disse para si mesmo, mas
no fundo sentia-se bastante bem. A dor em seu peito desaparecera. Então reparou
no céu. Estava horrível. Uma nuvem marrom infinita cobria todo o horizonte. Ao
seu redor, tudo parecia estar em tons amarelos. No ar, uma atmosfera abafada e
acre. No entanto, ele estava vivo, e aparentemente sua irmã e sua tia, também.
Sentiu-se muito bem quando avistou as duas na cozinha, ao longe, tomando café e
conversando baixinho, e então deu graças á Deus que ainda havia pelo que lutar.
Sabia (inexplicavelmente) que seu coração estava curado (ele apenas sabia), e
tateando com a mão direita em torno de seu peitoral esquerdo Dion sentiu algo
duro, pequeno e cilíndrico, por baixo da pele. Era do tamanho de uma pílula.
Respirou fundo, viu que a taquicardia desaparecera, e então abriu o portão de
sua casa e pensou no gigantesco abraço que daria ás duas pessoas mais
importantes do mundo para ele: Sua irmã e sua tia. As únicas pessoas que ele
tinha. Sua única família. Nada mais no mundo, para ele, tem alguma importância.
Apenas protegê-las.
"Um corpo celeste possivelmente tão
grande como Júpiter e tão próximo da Terra que pode ser parte deste sistema
solar foi encontrado na direção da constelação de Orion, por um telescópio em
órbita.
Tudo o que posso dizer é que nós não
sabemos o que é isso."
Gerry Neugebauer, cientista chefe do IRAS
(Infrared Astronomical Satellite)
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