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sábado, 2 de junho de 2012

APENAS LEIA ESTE TEXTO SE VOCÊ SE CONSIDERA UMA PESSOA "NORMAL"




Há alguns dias atrás eu fiquei sabendo por um amigo que existem muitas pessoas (que, por sinal, nunca falaram diretamente comigo) que pensam (e dizem, para quem interessar possa) que eu sou louco. Louco, louco, mesmo, “de pedra”, “varrido”, como aqueles que pensam que são “Napoleão”.  Como aqueles que saem pelados pelas ruas. Parei pra pensar seriamente sobre isso, e percebi que realmente existem muitos fatores para alguém pensar que eu não sou uma pessoa normal. E, então, resolvi gastar alguns minutos do meu precioso tempo –e um pequeno espaço do meu livro – para enumerá-las. Vamos a elas:



Eu não assisto televisão.
Isso não é nem um pouco normal, afinal de contas, o eleitorado brasileiro somente escolhe seus candidatos através de duas coisas: ou de “ajudas” que ele recebe diretamente do candidato em questão (dinheiro, cesta básica, etc etc), ou através da televisão. Os vereadores, prefeitos e demais candidatos locais são escolhidos por suborno (ou pela opinião da “maioria”) e os candidatos estaduais e federais são escolhidos pela televisão. Ou seja, como irei votar corretamente dessa forma?


Eu não gosto de futebol.
Outra calamidade. Como farei pra esquecer da corrupção política? E como farei pra odiar a Argentina? Não, isto não está certo.


Ao contrário das “pessoas normais” da minha idade, eu não uso camisa pólo e nem calças sociais com sapatos mocassim. Estou bastante satisfeito com camisetas de algodão, jeans e tênis. Não tenho vocação para ser “tiozão”.


Não estou sufocado em dívidas.
 E nem tenho meu nome sujo no SCPC, como qualquer “pessoa normal” deve ter.


Ando a pé 7 kilômetros de meu sítio até a cidade, e isso é um absurdo. Só um louco faria diariamente um exercício aeróbico de uma hora de duração.


Falo o que eu penso sem pudor, doa a quem doer (só não faço papel de inconveniente falando vulgaridades na frente de crianças, ou pessoas idosas).  Não sou nem um pouco conivente com situações, ou pessoas injustas. E isso não é normal. A maioria das “pessoas normais” ficam sempre mansas e caladas, como vacas indianas.


Sou um leitor compulsivo. Meu pai sempre me deu bronca quando eu era criança e comprava revistas em quadrinhos para ler, e me dizia que eu “só gastava meu dinheiro com porcarias”... Bom, eu parei de gastá-los porque as revistas me alavancaram para os livros, e os livros podem ser emprestados em uma biblioteca pública de graça. Mesmo assim, gosto de comprar os livros que eu gosto, e de colecioná-los em uma biblioteca particular, mas isso não é normal. Eu devo ter Transtorno Obsessivo Compulsivo por livros.




 Não falo com os políticos que encontro pelas ruas pessoalmente, nem ao menos os cumprimento, e isso não é normal. Afinal de contas, eu sei que ele quer o meu voto e que, então, eu posso pedir-lhe alguma coisa em troca. Nenhuma “pessoa normal” perde uma oportunidade dessa de se beneficiar de algum modo (seja com o que for), e vender o seu próprio voto.




 Tenho teorias e falo coisas que a maioria das pessoas normais não entendem. Uso palavras, e cito nomes desconhecidos. Eu só posso estar louco, afinal de contas, não é possível que tantas pessoas na sociedade – ou seja, a grande maioria - sejam tão ignorantes.  Na rua, as crianças vão dar gargalhadas e me atirar pedras, afinal de contas, eu sou o “louco dos livros”.




*

(RESUMINDO, EU SÓ ME FODO NESSA MERDA.)

*



“Em a lagoa dos patos, cisne é feio.”
Anônimo





louco.  Adj.  1. Que perdeu a razão. 2. Contrário ao bom senso. 3. Excêntrico. 5 Imprudente, Imoderado, temerário. 6. Estróina, extravagante, doidivanas. 7. Travesso, brincalhão, folgazão. 8. Fora do comum, enorme, extraordinário.


(extraído do “Novo Dicionário Aurélio Buarque de Holanda Ferreira”)


2 comentários:

Julia de Lucca disse...

Você é O cara Saides Lamarca... Te adoro!

Marcelo disse...

Estimado amigo são pessoas como vc que fazem toda a diferença em nossas vidas... Amo vc falô !!!