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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A VERDADEIRA HISTÓRIA SOBRE O PLANETA TERRA - PARTE II - CHEGA NIBIRU



 (Nova York - Dezembro de 2021)



- Muuito boa noite a todos! Eu sou William Shears...

- E eu sou Billy Campbell.

- Nós estamos ao ar novamente - ao vivo!... - e eu sei que todos estão muito ansiosos por saber o que esta noite bastante nevosa (e exageradamente fria, eu devo dizer...) de dezembro nos traz, não é mesmo, Bill?

- É isso, mesmo, Will.

- Nossa primeira reportagem é: “Nibiru, qual será a verdade?”, e hoje teremos aqui em nossos estúdios algumas participações muito especiais e que, com certeza, irão estarrecer aos nossos queridos telespectadores, não é verdade, meu caro Bill?

- Sim, Will. Falaremos com Fred Labour, com nossa repórter Shirley West, e uma inesperada surpresa no final deste programa...

- Surpresa? Que tipo de surpresa? Será que estamos falando de algum dos representantes dos homens lagartos, Bill?

- Bem... Como eu já disse, será uma surpresa, Will.

- Mas é claro... Me desculpe!... Ahãn... Bem, estamos recebendo uma transmissão ao vivo de Liberty Island, e Shirley West tem para os nossos telespectadores novas notícias sobre o recente ataque ao maior símbolo de nossa nação... Senhorita Shirley, muito boa noite...

- Obrigado, William. Estou falando ao vivo de Liberty Island, e a visão que eu tenho, agora, é absolutamente inacreditável, rapazes... Há cerca de quatro horas atrás, um ataque terrorista de origem desconhecida destruiu a cabeça de nosso maior símbolo: A estátua da liberdade. Os escombros que vocês estão vendo agora são tudo o que restou da explosão. Algumas testemunhas estão dizendo que o ataque veio do alto... E aparentemente por objetos voadores desconhecidos...

- Perdão, Shirley, mas espere só um momento... Será que eles estão querendo dizer que se trata de um ataque empreendido pelos Draconians?

- Aparentemente, sim, senhor.



- Bom, para você que ligou o seu televisor agora, faremos um breve resumo dos acontecimentos em as últimas quarenta e oito horas: Nibiru, que todos pensávamos se tratar de uma estrela – ou asteróide – revelou-se nesta última quarta-feira como sendo uma espécie de “Nave-mãe” gigantesca de uma raça humanóide vinda de uma galáxia vizinha conhecida como Zeta II Reticuli, que fica a exatos trinta e sete anos luz do planeta Terra.

Como nossos telespectadores vêem acompanhando, os tripulantes dessa espécie de “nave” são inteligentes, e aprenderam muitos dos nossos idiomas. Não possuem aparelho fonético similar ao nosso que os permitam falar, por isso apenas se comunicaram até agora conosco através de mensagens escritas mandadas de alguma forma desconhecida para a web da Terra.

Aparentemente, rapidamente assimilaram nossa tecnologia computadorizada e estão estabelecendo comunicações esporádicas conosco há pelo menos quarenta e duas horas, mas as únicas coisas que nos chegaram até agora foram algumas mensagens de difícil compreensão. Aparentemente, eles ainda não possuem o completo domínio da nossa linguagem humana...

- E quais foram as mensagens deles pra nós, até agora, Will, poderia nos dizer?

- Bem, a primeira delas foi esta: “HOMEM - TECNOLOGIA - DESTRUIR”. A segunda: “PLANETA - DOENTE - LIMPAR”. A última que nós recebemos dizia “ABRIGO - SUBTERRÂNEO - ENCONTRAR”. Isto me parece ser algum tipo de “jogo de palavras”, não é mesmo, meu caro Bill?

- Aparentemente, sim, Will... Mas vamos voltar para nossa a belíssima repórter Shirley, que parece ter algumas novidades para nós... Shirley, é com você, querida.

- Muito obrigado, Billy. Agora a pouco aconteceu algo inesperado, rapazes: Pela primeira vez, em meses, Nibiru está saindo de sua posição a noroeste, e parece estar se aproximando... Será que eles estão...



(SSCRAAAAATCHHH)

(fim da transmissão)



2021 FOI UM ANO TERRÍVEL PARA A HISTÓRIA DA HUMANIDADE.


FOI O ANO EM QUE AS CALOTAS POLARES PRATICAMENTE DESAPARECERAM. PAÍSES DESENVOLVIDOS CONTINUAM ARREMESSANDO GIGANTESCOS BLOCOS DE GELO EM O OCEANO ATLÂNTICO PARA TENTAREM CONTROLAR O CLIMA, MAS A SITUAÇÃO ESTÁ CADA VEZ MAIS FORA DE CONTROLE.


ENTÃO SURGE NO CÉU UMA GRANDE ESTRELA, BATIZADA PELA MÍDIA DE “NIBIRU”, QUE A CADA SEMANA PARECIA (E DE FATO ESTAVA) ESTAR MAIS PRÓXIMO DE A ÓRBITA DA TERRA. A INTERNET PASSOU A CENSURAR OS MAPAS CELESTES PARA NÃO ASSUSTAR A POPULAÇÃO, MAS JUSTAMENTE ESSA MEDIDA PREVENTIVA COLABOROU PARA AUMENTAR UM SILENCIOSO PÂNICO QUE RAPIDAMENTE SE ALASTROU. COMO UM VÍRUS. 


VÁRIOS PAÍSES RESOLVERAM ESTOCAR - EM IMENSOS E INEXPUGNÁVEIS FRIGORÍFICOS CRIOGÊNICOS - MILHARES DE SEMENTES DE ALIMENTOS, E LOGO COMEÇOU A FICAR CADA VEZ MAIS COMUNS OS INVESTIMENTOS DE OS MAGNATAS TERRESTRES EM CONSTRUIREM PARA SI MESMOS (E PARA SUA ABENÇOADA FAMÍLIA) IMENSAMENTE LUXUOSOS E CONFORTÁVEIS ABRIGOS SUBTERRÂNEOS, INAUGURANDO UM NOVO “MUNDO”... UM NOVO MUNDO SUBTERRÂNEO, HABITADO APENAS POR UMA MINORIA PRIVILEGIADA.


NO DIA 22 DE DEZEMBRO DE 2021 O MUNDO INTEIRO ESTREMECEU AO RECEBER A PRIMEIRA COMUNICAÇÃO VINDA DE UMA INTELIGÊNCIA NÃO-TERRESTRE DIRECIONADA Á TERRA. NESSE MESMO FATÍDICO DIA, A “ESTRELA” CONHECIDA COMO “NIBIRU” APROXIMOU-SE DE A ÓRBITA TERRESTRE, DIRECIONANDO-SE Á NOVA-YORK.


DEZ HORAS DEPOIS, A CASA BRANCA RECEBEU SUA TERCEIRA MENSAGEM, E A GRANDE ESTÁTUA SÍMBOLO DE OS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA TEVE SUA CABEÇA DESTRUÍDA POR ALGUM TIPO AINDA DESCONHECIDO DE ARMA...


NA DATA PRESENTE, AS REDES DE ENERGIA ELÉTRICA DE CENTENAS DE MILHARES DE CIDADES DO MUNDO FORAM INTERROMPIDAS DE FORMA DESCONHECIDA, E O QUE COMEÇOU COM APENAS UM CONTRATEMPO, POUCO A POUCO COMEÇOU A SE TRANSFORMAR EM PÂNICO, VISTO QUE MAIS DA METADE DO MUNDO ESTÁ SEM ENERGIA ELÉTRICA HÁ PELO MENOS OITENTA E OITO HORAS, E SAQUES, ASSALTOS E TODO TIPO DE VANDALISMO JÁ COMEÇOU A FICAR FREQÜENTE EM AS GRANDES CIDADES DE TODO O GLOBO.


E AGORA, PARA COMPLETAR, CENTENAS DE OBJETOS EM FORMATO DE CUBOS RELUZENTES PULSANTES DE PELO MENOS TRINTA METROS DE COMPRIMENTO COMEÇAM A PAIRAR POR SOBRE AS CASAS, POR TODO O PLANETA TERRA...






VISITAS INESPERADAS
(Em algum lugar da Terra)


     O homem já caminhava a tanto tempo pela estrada - em meio á completa escuridão de uma noite chuvosa sem lua, ou estrelas - que começava novamente a sentir aquela já familiar e extremamente desagradável pressão sufocante em seu peito, acompanhada por uma acentuada fadiga, e uma latejante e aguda dor em seu ombro esquerdo.  “Meu coração...” pensou ele, e resolveu parar. “Pelo menos um pouco”. Dion era cardíaco. Aos trinta e oito anos desenvolveu uma arritmia que, somada à sua hipertensão, deixou-o com seu coração em frangalhos. A qualquer momento ele poderia sofrer um infarto. De fato, a escuridão não se devia apenas á noite sem luas ou estrelas, mas antes ao fato de que o vilarejo inteiro estava sem energia elétrica. Um violento blecaute, ocorrido à pelo menos umas trinta e cinco, ou trinta e seis horas atrás...



    Levava em suas mãos um pequeno guarda-chuva ainda fechado, por mais que uma fina garoa caísse intermitente há pelo menos vinte minutos. Aguardava o momento em que a chuva finalmente rebentasse para poder abri-lo, pois sabia que o vento forte que soprava tornaria sua caminhada ainda mais sofrida, tentando arrancá-lo de sua mão. Apesar de rala, a fina chuva já havia umedecido completamente seus cabelos, e embaçado completamente seus óculos. “Já estou perto da vila”, pensou, “de lá vou poder ver se em a cidade há luz”. Levantou-se novamente - quando seu coração pareceu estar descansado novamente - e voltou a caminhar. Quase simultaneamente a chuva piorou, começando a cair em grandes proporções.



    Chegando ao centro da vila, percebe que tudo está, também, ás escuras. Nenhuma loja, nenhum comércio... Nenhuma casa aberta. Entretanto, olhando mais atentamente Dion percebe que o mercado, apesar de totalmente ás escuras, está com a porta da frente escancarada. Repara, então, que espalhados pelo asfalto estão alguns produtos menores ainda lacrados em suas embalagens, como buchas de lavar louças e sabonetes. O mercado fora recentemente saqueado. Lembra-se com temor de sua irmã e de sua tia, que ficaram sozinhas em sua casa, mas que a essa altura já deveriam estar dormindo. “Espero que sim...”, pensa consigo mesmo. Olha para as casas. Quase todas parecem vazias. Dion está há pelo menos uma hora caminhando, e não se encontrou com absolutamente ninguém mais andando pelas ruas. Todos deveriam estar amedrontados pela falta de energia elétrica. Até mesmo os cachorros das casas em que ele sempre passava - e que sempre ladravam para ele – estavam acovardados pela escuridão. O temporal colaborou para deixar o clima ainda mais sinistro. Dion escutava apenas o ruído de seus passos, pela estrada cheia de poças d`água. Tudo estava tão quieto, parecia que na verdade o vilarejo todo estava abandonado, e que ninguém mais o habitava, tamanho o silêncio que imperava por toda a parte. Passou pelo centro da vila, e dirigiu-se para a cidade. Nada. Ninguém. Pega a estrada de terra em direção á cidade, com a vã esperança de conseguir alguma carona. Alguns carros passam, apressados, mas nenhum deles pára. Em vinte minutos, Dion alcança a estrada de asfalto, e detêm-se novamente para descansar um pouco... Talvez tentar utilizar algum telefone público. Vê um orelhão, e decide ligar para casa. Seu cartão é recusado. Brigando com o vento, que insiste em lhe tentar arrancar o guarda-chuva, retoma sua caminhada em meio á escuridão. “Parece que só eu tive coragem de sair a pé”, pensa, “nem mesmo um marginal parece ter coragem de caminhar, assim, a essa hora, nessa maldita escuridão”, diz para si mesmo. Dion (apesar de seu coração doente) sente-se confiante, pois sabe muito bem que ele não é nenhum senhor indefeso, e porque, além disso, leva consigo no bolso direito de sua blusa seu taser de 3.800 K.volts. “Será que eu posso usá-lo na chuva?”, pensa, inseguro. Aparentemente não seria uma boa idéia. Mais um carro passa e, apesar dos sinais feitos por Dion, ele nem ao menos ameaça parar. “Desgraçado”, pensa ele, furioso, “Fica com seu maldito carro, miserável, e vá com ele para o inferno!”, desabafa em voz alta.



    Súbito, Dion é interrompido de seus pragueios por uma forte luz que brilha atrás dele, vira-se, e então a dor em seu ombro volta, junto com uma forte taquicardia gerada pelo pânico: Um gigantesco cubo de trinta metros de altura paira no céu (a mais ou menos uns sessenta metros de altura do chão) brilhando com uma forte e azul-esverdeada luz pulsante. Dion olha para seu redor e vê que existem mais quatro cubos iguais espalhados ao seu redor, pelo céu, e então ele senta-se de cócoras e começa a tentar controlar sua respiração, que começa a ficar ofegante. Percebe, então, que sua pressão está extremamente alta, e essa consciência o faz sentir-se ainda pior, e então náuseas lhe invadem, e sua mão recomeça a transpirar. Dion cai ao chão em meio á escuridão e á chuva, com seu coração sofrendo um infarto de miocárdio, e a última coisa que ele vê antes de desfalecer são dois dos cubos pulsantes aproximando-se de uma residência, e Dion fica escutando aos gritos de pânico de as pessoas que lá estavam, com sua dor ficando cada vez mais intensa, e as imagens e sons ficando cada vez mais distantes...


(fim do capítulo)



NO DIA TRINTA DE DEZEMBRO DE 2021, A TRIPULAÇÃO DE NIBIRU JÁ HAVIA DESTRUÍDO A PELO MENOS QUATROCENTOS E SESSENTA E SEIS ABRIGOS SUBTERRÂNEOS.

AS PRINCIPAIS FÁBRICAS CONSTRUTORAS DE AUTOMÓVEIS, E CENTENAS DE MILHARES DE POSTOS DE COMBUSTÍVEL E USINAS DE PETRÓLEO TAMBÉM FORAM DESTRUÍDOS.


COM AS CIDADES SEM ENERGIA ELÉTRICA TORNOU-SE COMUM O SAQUE A SUPERMERCADOS E FARMÁCIAS, E TODA A POPULAÇÃO Á NOITE ISOLAVA-SE EM SUAS CASAS, COM O MEDO CONSTANTE DA INVASÃO DE BANDIDOS.

DEPOIS DE QUASE UM MÊS DE BLECAUTE, NA ESCURIDÃO COMPLETA, AS NOITES SE CONVERTERAM EM UM MATADOURO PERFEITO PARA OS CRIMINOSOS. AS PESSOAS JÁ ESTAVAM VIVENDO EM UM CLIMA QUE MUITO POUCO JÁ SE APROXIMAVA DE A ANARQUIA DA IDADE MÉDIA, COM AS AUTORIDADES MUITO POUCO FAZENDO PARA REMEDIAR A CALAMIDADE. APARENTEMENTE, ESTAVAM MUITO OCUPADOS EM TENTAREM SALVAR PELO MENOS A ELES MESMOS...




ATÉ QUE FINALMENTE ACONTECE O QUE TODOS ESPERAVAM.


A CASA BRANCA LIBERA, E UM ENORME ENXAME DE MÍSSEIS NUCLEARES COM DESENHOS DA BANDEIRA AMERICANA É LANÇADO AO MESMO TEMPO NA DIREÇÃO DE NIBIRU, CAUSANDO UMA EXPLOSÃO NUCLEAR TÃO DEVASTADORA QUE ASTERÓIDES GIGANTESCOS ATINGIRAM A TERRA, COM ALGUNS DELES DESTRUINDO CIDADES INTEIRAS. MILHARES DE MILHARES DE PESSOAS MORRERAM, MAS NIBIRU FOI (MUITO MAIS RAPIDAMENTE DO QUE SE ESPERAVA) EFICAZMENTE DIZIMADO.


APARENTEMENTE, NEM MESMO OS SERES HUMANOS TINHAM IDÉIA DO QUÃO DESTRUIDOR E HORRÍVEL TODO AQUELE ARMAMENTO NUCLEAR ERA. OS “DRACONIANOS” TAMBÉM.


O “CUBOS” QUE RESTARAM RAPIDAMENTE BATERAM EM RETIRADA, E A CENA QUE RESTOU FOI A DE UM PLANETA SEMI-DESTRUÍDO COBERTO POR UMA NUVEM INTERMINÁVEL DE POEIRA RADIOATIVA.


TRÊS BILHÕES DE PESSOAS MORRERAM, MAS O PLANETA RESISTIU.


OS ATAQUES ALIENÍGENAS FORAM TODOS DIRECIONADOS A ALVOS ESPECÍFICOS: OS ABRIGOS SUBTERRÂNEOS DOS MILIONÁRIOS MONOPOLIZADORES, FÁBRICAS DE AUTOMÓVEIS, USINAS DE ENERGIA, REFINARIAS DE PETRÓLEO E POSTOS DE COMBUSTÍVEIS.


O MUNDO FICOU REDUZIDO A ESCOMBROS, MAS ALGUNS POUCOS PAÍSES DO PLANETA ACABARAM FICANDO A SALVO, MILAGROSAMENTE, DA POEIRA RADIOATIVA DA GUERRA NUCLEAR, E UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO PÔDE SER RECONSTRUÍDO, POUCO A POUCO, PELOS SOBREVIVENTES.
UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO, SUJO E DESTRUÍDO, MAS APARENTEMENTE ERRADICADO DE SEUS ANTIGOS DOMINADORES: OS MAGNATAS.

FIM




EPÍLOGO:

Dion despertou e viu que estava deitado no chão, em frente ao portão de sua casa. Sua roupa ainda estava úmida e sua cabeça doía muito, mas ele achou que o mais estranho de tudo isso era ele ainda estar vivo. “Estranho... achei que tinha morrido...” disse para si mesmo, mas no fundo sentia-se bastante bem. A dor em seu peito desaparecera. Então reparou no céu. Estava horrível. Uma nuvem marrom infinita cobria todo o horizonte. Ao seu redor, tudo parecia estar em tons amarelos. No ar, uma atmosfera abafada e acre. No entanto, ele estava vivo, e aparentemente sua irmã e sua tia, também. Sentiu-se muito bem quando avistou as duas na cozinha, ao longe, tomando café e conversando baixinho, e então deu graças á Deus que ainda havia pelo que lutar. Sabia (inexplicavelmente) que seu coração estava curado (ele apenas sabia), e tateando com a mão direita em torno de seu peitoral esquerdo Dion sentiu algo duro, pequeno e cilíndrico, por baixo da pele. Era do tamanho de uma pílula. Respirou fundo, viu que a taquicardia desaparecera, e então abriu o portão de sua casa e pensou no gigantesco abraço que daria ás duas pessoas mais importantes do mundo para ele: Sua irmã e sua tia. As únicas pessoas que ele tinha. Sua única família. Nada mais no mundo, para ele, tem alguma importância.



Apenas protegê-las.



 *




"Um corpo celeste possivelmente tão grande como Júpiter e tão próximo da Terra que pode ser parte deste sistema solar foi encontrado na direção da constelação de Orion, por um telescópio em órbita. 
Tudo o que posso dizer é que nós não sabemos o que é isso."

Gerry Neugebauer, cientista chefe do IRAS (Infrared Astronomical Satellite)











terça-feira, 23 de outubro de 2012

O DIABO EXISTE?




Existe o mal?”


     Esta é a principal indagação feita por  “Damiel” (Bruno Ganz), o protagonista e narrador de a história do belíssimo filme alemão “Asas do Desejo”, feito pelo genial Win Wenders. Damiel, na verdade, não é um ser humano. Damiel é um anjo. Ele é um anjo que – como todo anjo obviamente deveria ser para exercer sua função de maneira satisfatória – ama apaixonada e incondicionalmente ao ser humano, chegando ao extremo de decidir abandonar a seu cargo de “sentinela d`a humanidade” para vestir a “armadura de carne” dos homens e – pela primeira vez em sua angelical existência – “viver”. Viver como um homem comum.



     O que mais me interessou em esse filme tão especial é exatamente essa essência, que é a gigantesca ternura que Damiel sente incondicionalmente pelas pessoas, e por seus casuais e amenos cotidianos. O anjo, desde o início, descreve para o seu amigo (“Cassiel”, outro anjo, evidente) de as coisas que ele pensa serem as mais poéticas e belas e – surpreendentemente – não são as mais transcendentais, nem as mais importantes, e nem ao menos as politicamente corretas. Ele se interessa pelos detalhes que qualquer ser humano normal veria como fútil, previsível ou banal. Um dos exemplos de que ele descreve é o seu carinho especial pelos cumprimentos comuns de acenos de mão entre os homens que apenas se conhecem superficialmente.



     E justamente essa sua essência (de essa apologia explícita á existência física humana e, conseqüente e inevitavelmente – á própria matéria) é particularmente notável por ela ser totalmente contrária ao supremo dogma cristão e hindu, que é a total rejeição aos “prazeres terrenos” e - em vez disso - glorificá-los, reverenciá-los. Ele não busca as grandiosas obras, os mais árduos feitos, realizações e/ou acontecimentos. O anjo vê o carinhoso prazer de um suave vento no rosto. Ele vê a ternura de sorver o líquido de um determinado fruto, com seu especial e único sabor.




     E tudo isso é particularmente intrigante pelo fato de que se analisássemos a esse filme pela ótica cristã e – até mesmo – católica, tal “anjo” seria, na verdade, um verdadeiro demônio (repare que no filme todos os anjos se vestem de negro). A matéria é vista pelo cristianismo como o reino do mal, como o próprio “demônio” descreve em a bíblia para o seu principal “opositor”, o jovem chamado Jesus. Mais ainda: analisando pela ótica hindu, tal filme pareceria ainda mais subversivo e maligno por glorificar à “Maya”: Para os hindus, a matéria é chamada de Maya, e é ela que engana e corrompe o ser humano. Maya é uma palavra sânscrita que significa “ilusão”.



     Mas, é certo um anjo ver beleza em a vida humana? Querer até mesmo ser um deles? Em uma das primeiras cenas Damiel se interessa por uma simples caneta, e agarra-a para analisá-la. Quando ele a “pega” fica evidente tanto a sua própria imaterialidade, quanto ao fato de que na verdade ele não “agarra com sua mão” à caneta, e sim ele simbolicamente agarra seu mero aspecto morfológico: seu mero “molde físico”. Seria fácil uma pessoa interpretar a isso erroneamente como sendo a “alma da caneta” aquilo que Damiel agarra.



“Eu quero lutar por uma história minha.


Quero entrar para a história do mundo... Ou apenas segurar uma maçã.”




      E, então, chegamos ao principal, e que é dito pelo narrador no começo do filme de forma aparentemente desinteressada, casual, mas que resume de forma absoluta a verdadeira mensagem do filme, que é a não existência de um mal.




     É possível existir Deus, mas não existir a um mal. A idéia de o dualismo, de que se existe o bem, têm de existir a um mal, pode – e talvez devesse - ser contestada. O “mal” pode ser visto mais especificamente como um “erro”, e até mesmo como “irreal”. Pelo hinduísmo, “Maya” (a realidade) é ilusão. De acordo com “Der Himmel über Berlin”, apenas o “mal” é uma ilusão. Tudo o mais (desde um feroz trovão, á pequenina risada de um bebê) são não apenas reais... Mas puros, imaculados: únicos e sagrados. Mesmo uma mentira pode ser linda ou poética.



Eu não quero gerar um filho, e nem mesmo plantar uma árvore”, nos diz o anjo. “Mas seria agradável chegar em casa cansado no final do dia, e dar de comer ao gato”.



     “Deus” existe. E “Ele” existe apenas porque existe a bondade, existe a ternura, existe a poesia, e existe a beleza. Não é por isso que deve existir a isso – inevitavelmente - uma oposição. “Diabo”, “demônios”, são apenas símbolos de erros, de efeitos colaterais, e da raiva. São “fantasmas”.

O “mal” não existe. Só o Amor é real.






“Como devo viver?


Talvez não seja essa a questão e, sim...


Como devo pensar?”


Marion






dualismo. [De dual + -ismo.] S. m. 1. Filos. Doutrina que, em qualquer ordem de idéias, admite a coexistência de dois princípios irredutíveis. Ex.: dualismo do bem e do mal. 2. P. ext. Coexistência de dois princípios ou posições contrárias, opostas.

semiótica. [Do Gr. semeiotiké, i. e., téchne semeiotiké, ‘a arte dos sinais’.] S. f. 1. Denominação utilizada para a ciência geral do signo, que estuda os fenômenos culturais como se fossem sistemas de significação, i. e., sistemas de símbolos.






*


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

TURBINE SEU COMPUTADOR DE GRAÇA - PARTE DOIS, A MISSÃO



Vocês se lembram daquela minha reportagem sobre “como aumentar a velocidade do seu PC sem gastar um centavo”? Pois bem, andei aprendendo mais algumas dicas, que são as que seguem:


1-      O Malwarebytes éum programa excelente para achar e destruir worms e outras porcarias, mas ele é um auto-executável e, conseqüentemente, consome memória RAM. Ou seja, instale-o, utilize-o, e depois desinstale-o novamente. Minha dica: Instale-o periodicamente a cada um ou dois meses, aí você simultaneamente sempre vai ter uma versão atualizada dele!


2-      Entre os programas demanutenção, dois são os mais “top”: o Advanced System Cleaner 5 (PRO, claro, a versão gratuita está cheia de limitações propositais...) e o Tune Up System Cleaner. Esse último é o mais fodástico de todos, e justamente por isso ele também é o mais pesado e (o que é pior) ele é um auto-executável muito pentelho. Mesma dica do Malwarebytes: UTILIZE-O UMA VEZ, E DEPOIS JOGUE-O FORA A CADA DOIS MESES.


3-      Sempre que o computador começar a dar aquela bendita “travada”, dê o comando ALT-CONTROL-DEL e dê uma olhada no gerenciador de processos. Se você estiver usando o CHROME (que é o navegador que eu ainda continuo aconselhando, mas agora também recomendo o SAFARI) vai ficar fácil ver se tem alguma coisa estranha consumindo sua memória, ou seja, algum spyware ou coisa pior. Eu vou na roleta russa, e finalizo os processos cujo nomes me parecem estranhos (no começo eu fiz umas “cagadas”, mas o máximo que acontece é você ter que reinicializar o seu PC. E, com o passar do tempo, você acaba se familiarizando com os nomes das extensões essenciais e vai perceber quando tiver algum “intruso”. Vai por mim.


4-      O GOOGLE CHROME realmente é o Browser mais leve,mas o SAFARI é mais rápido. Experimenta ele, e vê o que você acha. Vai por mim, esquece a porcaria do Mozzila Firefox e, principalmente, o Explorer! O Explorer é que nem o Windows Media Player: Só serve pra quebrar o galho quando você não tiver mais nenhum outro programa.


5-      E falo de novo: Se você quer velocidade, não mantenha instalado nenhum anti-vírus. Use-o e jogue fora, também. Mas fica esperto onde você mete seu mouse rsrsrsrrs.