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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A CHUVA ARTIFICIAL

A Chuva Artificial


Nosso planeta já começou a apresentar severos sinais da fadiga causada pelos excessos do homem.

A temperatura do planeta subiu.

Mais do que nunca em toda a história da humanidade o homem precisa aprender a utilizar os recursos da natureza de forma sustentável antes que seja tarde demais.

Todos, sem exceção, cada um de nós precisa finalmente aprender a viver com o meio ambiente de forma harmoniosa.


O Sistema Cantareira de captação e tratamento de água é o maior da região metropolitana de São Paulo. Ele produz em média 33 mil litros de água por segundo, e abastece 8,8 milhões de pessoas. E não é só isso. O Sistema Cantareira também é um dos maiores do mundo, com uma área de drenagem de 2.307 km².

Com o nível mais baixo em toda a sua história, o Sistema Cantareira desperta em todos os brasileiros, agora, o temor de um racionamento generalizado...
E até mesmo a total falta de água potável.

Como o Brasil tem o maior potencial hídrico do mundo, pensou-se de forma inconsciente de que se podia gastar água sem consequências. Ou seja, pela falta de conscientização da maioria da população a situação rapidamente agravou-se para um verdadeiro estado de calamidade.

Mas não são somente as pessoas que contribuíram para esse desastre.

As empresas construtoras retiram água do subsolo com bombeamento enquanto constroem seus prédios, destruindo nascentes.

Na zona rural de muitos municípios as nascentes são canalizadas de forma inapropriada e insustentável.

E as empresas de saneamento básico possuem técnicas, gestões e sistemas de encanamento obsoletos e ineficazes. Não instruem seus próprios consumidores sobre a correta utilização, e não apresentam saídas para um abastecimento igualitário.

Com um sistema de distribuição velho e ultrapassado que já deveria ter sido substituído há muito tempo, e a falta de manutenção constante, a situação levou a perdas diárias irreparáveis.

Na região metropolitana de São Paulo perde-se 7 metros cúbicos por segundo de água potável por falhas no sistema de distribuição.

E o governo apenas diz que as empresas "não podem ser obrigadas a investir no que deveriam".

Isso é algo que deve ser discutido com a população.


Antes de tudo, o próprio governo deve tomar medidas preventivas para se remediar possíveis ondas de calor e estiagens muito antes delas realmente começarem a ocorrer. A isso chama-se "prevenção".

Mas a solução principal que as empresas parecem estar tomando é a de responsabilizar a sociedade pela escassez.


Deve-se investir de forma rigorosa na despoluição dos rios e canais freáticos.

Assim como deve-se investir, também, na energia solar, eólica e maremotriz, para se minimizar a dependência da água como fonte de energia, e priorizá-la estritamente para a subsistência. E, na verdade, essas fontes alternativas de energia supracitadas são opções muito mais viáveis economicamente que as hídricas.

  

A Chuva Artificial


Em 1971, um engenheiro mecânico brasileiro chamado Takeshi Imai tornou-se conhecido em todo o país  através de uma reportagem em uma famosa revista brasileira por ter inventado uma tecnologia de combate à ferrugem nas plantações de café, o principal produto de exportação brasileiro na época. A invenção, além de notoriedade, rendeu muito dinheiro à Hatsuta Industrial Ltda; empresa fundada em 1964 por Imai e seu pai, em um fundo de quintal, em São Paulo. Entre 1973 e 1974, a Hatsuta ficou em primeiro lugar no seu ramo de atividade, no levantamento das maiores e melhores empresas do país feito anualmente por uma famosa revista sobre negócios. Em 1975, ele foi capa de reportagem.

E então, quando as empresas de saneamento começaram a ter problemas de escassez, a solução encontrada pelo engenheiro Takeshi foi a de fazer chover artificialmente.


A chuva artificial fora criada no passado através de um método batizado inicialmente de semeadura de nuvens (cloud seeding) ou mais tecnicamente, "nucleação artificial", que consiste simplesmente no bombardeamento de nuvens com agentes aglutinantes.

No mundo ela já teve usos famosos, como em 2008, quando nos Jogos Olímpicos de Pequim uma grande quantidade de partículas de cloreto de sódio foi pulverizada em nuvens para que chovesse antes, e não durante, as provas esportivas.

Na Ucrânia, durante o campeonato de futebol Euro 2012, a técnica de bombardeamento de nuvens foi usada para dispersá-las e evitar a precipitação durante os jogos.

Takeshi Imai começou a lidar com a natureza como vilão. Dono de uma empresa de pulverizadores na década de 1970, sua empresa ocupava-se em jogar pesticidas nas plantações. Mais tarde, passou a produzir motosserras. Após testar um modelo potente cortando um pé de jacarandá com mais de 200 anos, arrependeu-se, guardou a máquina e mudou de ramo. 

Até que, em 1979, passou a estudar e pesquisar métodos para se produzir chuva artificialmente.


A tecnologia criada por ele é 100% brasileira e apenas começou a ser plenamente desenvolvida em 2001. No ano seguinte, foi apresentada no 12º Congresso Brasileiro de Meteorologia, em Foz do Iguaçu (PR). Em 2005, ganhou a Medalha de Ouro da Ciência da Água no 7º Simpósio Internacional da Água, em Cannes, na França. 



O processo é bastante simples: 
Um radar meteorológico detecta as nuvens. A partir daí um avião bimotor carregado de água potável entra na nuvem e, em vôo cego (sem pontos de referência visual), semeia “gotas coletoras”. Cada gota coletora funde-se às gotículas já encontradas nas nuvens para se potencializar sua nucleação e gerar a chuva. Completando-se a fusão de aproximadamente um milhão de gotículas de nuvem, faz-se uma gota de dois milímetros. Essa gota pesa e cai. Em outras palavras: chove.


De acordo com Imai, para cada litro de água potável semeada obtém-se, com chuva, quantidade suficiente para abastecer 50 caminhões-pipa.


Segundo ele, em geral são nuvens pequenas de dois a três quilômetros de altura, em início de formação, as ideais para se fazer chover. "Dentro da nuvem, cada gota pulverizada atrai até 10 milhões de gotículas de vapor. As gotas crescem e sobem dentro da nuvem empurradas pelo vento. Quando as gotas atingem de dois a cinco milímetros de diâmetro ficam pesadas demais e caem em forma de chuva", explica.


O engenheiro calcula que para cada litro de água utilizada nos aviões e semeadas dentro das nuvens é produzido até 500 mil litros de chuva, o que equivale à cerca de 50 caminhões-pipa. "O avião utilizado tem capacidade de pulverizar 300 litros de água que, no final, significam uma quantidade de chuva equivalente a 15 mil caminhões pipa".


“O custo é baixo. Às vezes, em um único vôo, provoca-se quatro ou cinco chuvas”, afirma.


Entre os anos de 2003 e 2004, as chuvas artificiais foram responsáveis por 31% das precipitações que abasteceram o complexo de São Paulo.


A patente PI0104199 refere-se a "PROCESSO E EQUIPAMENTO PARA DESENCADEAR A PRECIPITAÇÃO DE CHUVAS A PARTIR DE NUVENS CONVECTIVAS DO TIPO CUMULUS, ATRAVÉS DA PULVERIZAÇÃO DE GOTAS DE ÁGUA COLETORAS, DE TAMANHO CONTROLADO". Compreendido por um conjunto de equipamentos instalados em um avião, composto de tanques de água (1), bombas (2), aparelho pulverizador rotativo (5), controle (3), e que produzem gotas de água de tamanho controlado (5), que lançado nas nuvens convectivas provoca sua precipitação em forma de chuvas.


Recentemente Imai passou a estudar também o crescimento das nuvens. Dessa forma, quando a nuvem encontrada ainda é muito pequena, ele provoca seu crescimento artificial por meio da mesma tecnologia. Em seguida, faz novo sobrevôo para “fazer a chuva”. “O método é eficaz e deveria ser utilizado no nordeste brasileiro", diz Imai com entusiasmo.


Além de não ter custo elevado, o método de fazer chover com água pura pode evitar e apagar incêndios e ajudar a resolver uma série de problemas, como a seca no Nordeste e a estiagem em produções agrícolas, reservatórios e hidrelétricas.


"Minha preocupação não é ganhar dinheiro, mas achar soluções urgentes para deter a degradação do planeta e o acelerado processo de aquecimento global", diz Imai.


"As mudanças climáticas são muito mais sérias do que dizem."
Nesse caso, Imai não arrisca fazer previsões.


"O vice-presidente aprovou a idéia, mas ainda não conseguimos falar diretamente com a presidente”, lamenta. Apesar de ainda não haver estudos conclusivos a respeito de possíveis conseqüências causadas por essas modificações, Imai garante que são mudanças conscientes que visam a restaurar os estragos já feitos pelo homem.


“Hoje a gente sofre os impactos das intervenções inconscientes que se fez. O que eu faço é tentar consertar. E uso o que a natureza dá: água potável”, garante.


Depois de conquistar, em 2005, a medalha de ouro no Simpósio Anual da Água em Cannes, na França, com o trabalho das chuvas artificiais, o engenheiro começa a viabilizar a criação de florestas em áreas desérticas ou com solo infértil. "Onde não há vegetação, não há nuvens, e sem nuvens é impossível fazer chover", explica.


Nessa iniciativa, Imai leva em helicópteros adaptados mudas de plantas inseridas em casulos em forma de flecha. Essas plantas são ‘bombardeadas’ no solo. Suas raízes são previamente preparadas para vingar em uma região adversa. Com as chuvas naturais e artificiais, o engenheiro espera que a mata floresça, regenerando, assim, a natureza.


Por meio dessa técnica inédita criada por  Imai é possível plantar 50 mil mudas por hora.


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nota do autor da reportagem: este texto foi escrito por mim (Saides) a partir da seleção de vários outros textos encontrados na web sobre o mesmo assunto. Fiz uma leitura atenciosa de tudo o que eu encontrei e achei pertinente, juntei tudo o que eu aprendi com eles, dei uma bela enxugada, revisei, acrescentei algumas coisas e postei.





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