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quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

OS VAMPIROS E A MÚSICA GÓTICA

   

    Durante a década de oitenta vimos surgir um movimento bastante peculiar que fora denominado (muito estranhamente, diga-se de passagem) de “GÓTICO”. Digo “estranhamente” por não haver nenhuma espécie de justificativa (principalmente etimológica) para o uso de tal expressão. Aliás, a palavra gótica já fora usada de maneira inapropriada no passado. Na própria “arquitetura gótica”. De acordo com um alquimista chamado Fulcanelli, gótico vem de arte gótica, que vem de arte goética (mágica) ou Art Goth, para finalmente chegarmos á “ARGOT”.

ARGOT: LÍNGUA PARTICULAR DE INDIVÍDUOS QUE TÊM INTERESSE EM DIVULGAR SEUS PENSAMENTOS DE FORMA VELADA, SEM SEREM COMPREENDIDOS POR TODOS OS QUE O RODEIEM.

Com relação ao estilo musical propriamente dito (que é o tema deste ensaio) esta suposta definição não é exata. Para a arquitetura, sim. Com “música gótica”, ou movimento gótico, o que tivemos foi uma climatização, uma ambientação do romântico melancólico e sombrio. Nessa arte “Noir”, a Lua é mais bela que o Sol, a noite mais romântica que o dia, e os homens são vampiros urbanos sem caninos afiados. A melancolia é mais poética que a alegria.

O mito do vampiro é tão atraente para o grande público, pois em ele o ser humano vê espelhado a sua própria fome de viver. O vampiro seduz com o seu próprio lado sombrio, é justamente o seu ar ameaçador e imprevisível que cativa – e fascina - a sua vítima.

E entre os jovens da década de oitenta, muitos se identificaram com esse clima sombrio, com essa sedução dark.
Aparentemente, na música tudo parece ter começado – involuntariamente – com o senhor David Bowie, e após ele uma avalanche de bandas (principalmente inglesas) começou a aparecer. A principal delas foi o Bauhaus.

O Bauhaus fora talvez a banda que mais usou dessa roupagem e climatização do mito do vampiro, apesar de em entrevistas seu vocalista Peter Murphy ter afirmado de que era tudo cênico, nada mais do que apenas uma representação artística. Pode ser.


Principais bandas (talvez, necessariamente nessa ordem):
David Bowie , Bauhaus, Joy Division, Nick Cave, The Cure, Depeche Mode.
E, mais recentemente, a nova geração:
Morphine, Interpol, She Wants Revenge, Radiohead.


A seguir farei uma lista das canções mais representativas, que bem podem servir como uma espécie de histórico da música “gótica”. Serão incluídas nessa lista músicas mais recentes que mantiveram a mesma climatização (aliás, muita gente vai pensar que muitas dessas bandas estão erroneamente classificadas como góticas. Talvez realmente estejam, o que foi  levado em consideração foram determinadas canções, especificamente). Vista a sua mais bela roupa preta, apague as luzes, acenda as velas, abra sua garrafa de vinho, contemple a Lua e relaxe.


DAVID BOWIE:
As The World Falls Down, Life on Mars, Ashes to Ashes, 5.15 the Angels have Gone, No Control, Untitled Nº1, I Would be your Slave,  Sunday

BAUHAUS:
Bela Lugosi is Dead, Spirits, In The Flat Field, God In an Alcove, Stigmata Martyr, Adrenaline, Black Stone Heart, Too Much 21st Century.
JOY DIVISION:
Heart and Soul, Decades, Passover, Means to an End.

NICK CAVE:
Do You Love me, Red Right Hand, Bring it On.

THE CURE:
Charlotte Sometimes, A Forest, One Hundred Years, The Hanging Garden.

DEPECHE MODE:
Enjoy the Silence, Barrel of a Gun, I Feel You, Walking in my Shoes.

MORPHINE:
I know you (part III), Whisper, French fries w. pepper, I had my chance, Empty box, Hanging on a courtain, Let's take a trip together.

INTERPOL:
Hands Away, Leif Erikson, NYC, Pioneer to The Falls, Rest My Chemistry, Song Seven, Specialist, Stella was a Diver and she was always down.

SHE WANTS REVENGE:
Monologue, Sister, These Things, Us, Red Flags and Long Nights.

RADIOHEAD:
All I Need, No Surprises, Karma Police, My Iron Lung, Subterranean Homesick Alien, Optimistic.



ALÉM DISSO, TEMOS TAMBÉM CANÇÕES ESPARSAS DE GRUPOS DIVERSOS:

Soft Cell com “Torch”,  Culture Club com “The Crying Game”, The Smiths com “How Soon Is Now?”, Marc  Clayton com “Again”, U2 com “Love is Blindness”, Ozzy com “No More Tears”, Soundgarden com “Black Hole Sun”, Alice in Chains com “Down in the Hole”, Chris Cornell com “Steel Rain”, e Beck com “Lonesome Tears”.

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(No próximo ensaio falarei sobre o PUNK ROCK, SUAS PRINCIPAIS BANDAS E SUAS PRINCIPAIS MÚSICAS.)




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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O BRASILEIRO QUE NÃO LÊ LIVROS É UM SEMI-ANALFABETO

    Passei grande parte da minha vida lendo literatura européia. Na escola traumatizara-me com a literatura Brasileira e Portuguesa, graças ás intransigentes professoras que empurravam goela abaixo de seus alunos esses livros á força, obrigando-nos a lermos uma determinada obra, para depois passarmos por uma prova escrita. Peguei ódio de escritores brasileiros e portugueses (que passei a considerar pedantes e piegas), e apenas lia as sinopses das obras requisitadas. Cheguei a tirar notas máximas sem ao menos ter tocado nos livros. Na verdade, consegui gostar de apenas dois autores (que, aliás, nunca foram recomendados em minha escola por serem considerados “densos” e complexos demais): Guimarães Rosa e Clarice Lispector. E, alguns anos depois, descobri a bela e sensual literatura afro-baiana de Jorge Amado.

    Minha rebeldia pela escola não se resumia apenas aos livros requisitados: Sempre achei ridículo todo o currículo escolar. Para mim, Matemática deveria servir para ensinar um futuro cidadão a administrar suas próprias finanças e bens, e não para confundi-lo com equações complexas e fórmulas que nunca seriam usadas no cotidiano. Literatura deveria ser uma matéria que estimulasse o aluno a ler, e não despotamente obrigá-lo a ler gêneros incompatíveis com o seu gosto pessoal. O aluno deve ter o direito de escolher as obras que vai ler. Só assim o amor pela leitura pode se desenvolver. Cheguei a tal ponto de meu engajamento que joguei fora meus cadernos, e passei a freqüentar a escola apenas com folhas esparsas, uma caneta, e os livros que eu próprio escolhia. E como eu não falava com quase ninguém na classe (até a oitava série quase ninguém gostava de mim por eu ser um geek-freak, e eu mesmo colaborava para ser ignorado) os professores nem pareciam notar o meu descaso. Ou não se animavam a cutucar a onça.

    Ás vezes eu escolhia obras para ler com a intenção clara de provocar: Na aula de Literatura (que eu achava particularmente enfadonha) eu ignorava a professora e ficava lendo o “Manifesto do Partido Comunista”, ou se era algo de literatura, seria o “Processo”, ou o “Paraíso Perdido”. Quando chegava o dia de algum exame, emprestava na própria classe o caderno de algum nerd solícito e rapidamente lia seu conteúdo. Mas nunca tive um desempenho abaixo da média. Para mim, era o bastante. Preferi ocupar os espaços de minha mente com informações e conhecimentos que julguei mais apropriados, e não com “quedas de Constantinopla”, “equações de sétimo grau”, “orbitais moleculares” e “teoria de Arrhenius”.

    Estranhamente, a maioria dos professores parecia gostar de mim. Talvez porque sabiam que eu tinha uma boa capacidade intelectual. Eu, também, nunca cheguei a ridicularizá-los, ou a criticar abertamente as matérias e o currículo escolar. Sabia muito bem que quanto mais calado e quieto eu ficasse, mais me deixariam em paz. Alguns chegavam até a me deixar dormir em minha carteira sem me incomodar. E com alguns eu debatia com interesse e carinho. Eram os professores menos ortodoxos, de cabeça aberta, que sabiam que um bom diálogo sobre a vida real era muito mais importante do que copiar retóricas ocas intermináveis. É perfeitamente possível usar essas matérias escolares de uma forma prática e útil, mas para isso acontecer ela deve ser fundida com o presente, com o cotidiano do aluno-cidadão, e com o seu futuro. O currículo escolar deve ser peneirado, lapidado, da mesma forma como uma biblioteca também deveria ser.

    Na minha cidade a biblioteca local possui bons livros, mas está superlotada de obras medíocres e ruins... E não possui títulos que seriam essenciais. Como o espaço de qualquer biblioteca é limitado, é óbvio que ele deve ser bem aproveitado. Revistas de curiosidades mensais e livros ruins são ótimos para se reciclar.

    Como estou falando sobre esse assunto (que julgo importantíssimo) vou expor outras posições: Acredito que um dos motivos principais de uma biblioteca não ser um ambiente normalmente freqüentado pelos jovens seja (afora o trauma por literatura-brasileira que quase todos os alunos adquirem por serem forçados a lerem) pelo fato de que a biblioteca empresta ou aluga seus livros. Qualquer dono de empório de livros usados sabe a quantidade de livros que são furtados das bibliotecas para depois irem para a estante particular do “intelectual”, ou para serem usados como moeda-de-troca em sebos. Tanto que a maioria dos empórios que eu conheço não aceita livros que possuem o carimbo de bibliotecas (fair enough). Se a biblioteca não emprestasse seus livros, suas obras boas e raras não iriam mais desaparecer “misteriosamente” junto com o cidadão e a biblioteca voltaria a ser freqüentada pelos jovens, afinal, eles teriam que ficar lá dentro para lerem. Quem faz isso sabe que não há nada de desagradável nisso, e muito pelo contrário, acho que a biblioteca pode ser um dos lugares mais bem-freqüentados de qualquer cidade, principalmente em termos de civismo e cultura. Nem sei dizer quantas vezes eu fui para a biblioteca para emprestar algum livro e a obra (que eu sabia que estava lá) havia desaparecido. E geralmente são livros caros ou raros. Ou seja, em longo prazo todos os títulos de qualidade desaparecerão e só sobrarão refugos, livros baratos e superficiais. É triste. Hoje em dia até os empórios que vendem os livros já estão começando a escassear em termos de títulos raros e bons. Quem conhece sabe o quanto está começando a ficar difícil encontrar obras de Borges, Garcia Marques, Hesse, Rosa ou Lispector. É justamente por isso que eu passei a vida inteira tratando de estocá-los em minha própria prateleira, da mesma forma como um esquilo armazena nozes para o inverno.


{Nota do Autor: Bom, como aproveitei este espaço para falar sobre isto, usarei esta deixa para legar aos leitores desse meu primeiro livro (que estou escrevendo com imenso prazer, graças aos imensos incentivos que tive de pessoas que já leram aos protótipos) a minha lista de uma suposta “Biblioteca Essencial” com exatos setenta livros, e cada um deles escolhido a dedo por mim. Obviously, ela será influenciada pelo meu gosto pessoal, por isso, não julgo que todos devam se ater a ela e, muito pelo contrário, todos deveriam fazer a sua própria. Mas eu acho que já seria um bom começo aproveitarem-se das obras que gostarem desta  minha lista para fazerem a sua própria. Irei apenas colocar os títulos para não me demorar por demais}:


Demian; Sidarta; Lobo da estepe; O Castelo; O Processo; Dom Quixote; A Tempestade; O Estrangeiro; 1984; A Morte de Ivan Ilitch; A Ilha; O Paraíso Perdido; As Palavras; Doutor Fausto; Fausto; Relato de um Náufrago; Doze Contos Peregrinos; Cem Anos de Solidão; Satiricon; Os Irmãos Karamázovi; O Retrato de Dorian Gray; Retrato do Artista quando Jovem; Martín Fierro; Uma Temporada no Inferno; Odisséia; Mensagem; Assim Falou Zaratustra; O Anticristo; A Gaia Ciência; Discussão; Metamorfoses; Tao Te Ching; Imitação de Cristo; O Presente da Águia; O Fogo Interior; Sagarana; Manuelzão e Miguilim; Grande Sertão Veredas; Noites do Sertão; Nossa Senhora de Paris; A Paixão segundo GH; Laços de Família; Prometeu Acorrentado; Cândido; O Livro dos Sonhos; Ulisses; Sete anos no Tibet; Sonho de Uma Noite de Verão; História da Eternidade; Elogio da Sombra; Bhagavad Gita; Uma Breve História do Tempo; Deuses Americanos; A Voz do Fogo; Em Busca do Tempo Perdido; O Tambor; Admirável Mundo Novo; O Poder e a Glória; O Despertar dos Deuses; Os Demônios de Loudon; Uivo; A Morte de Artemio Cruz; Suave é a Noite; Dois Vivos e um Morto; Contos Romanos; Os Trabalhadores do Mar; Verdade Tropical; O Pagador de Promessas; O Morro dos Ventos Uivantes; O Tao da Física.



Senti num vislumbre tantas portas abertas,
Mas não sei em qual entrar...

E tantos livros me deram pistas desse caminho,
mas temo não voltar.

“EMO”? QUE É ISSO?


Uma vez, quando me perguntaram como saber se alguém é bonito ou feio, eu sem ao menos titubear - e com a cara mais limpa do mundo - respondi de improviso (é dessa forma que saem as minhas melhores “pérolas”): “é só você se imaginar estando em um rótulo de algum shampoo ou de uma pasta de dentes. Você compraria esse shampoo? Não? Então você é feio”. Na verdade tratava-se apenas de mais uma das minhas brincadeiras de mau-gosto, porque se fôssemos analisar dessa forma como eu coloquei, mais de setenta e cinco por cento das pessoas – incluindo eu, é óbvio - seriam “feias”, e não é bem assim.

O critério da escolha de modelos para ilustrar os tais rótulos de shampoo e pasta de dentes não se restringe apenas á beleza física. Antes de qualquer coisa, tem de ser uma beleza “padrão”. Marilyn Monroe e Superman.

Belezas exóticas, mais complexas, frutos de miscigenações, de misturas interessantes de duas belezas étnicas compatíveis (onde o Brasil – longe de eu estar sendo apenas patriota - é um dos maiores fabricantes) não são eficientes ou adequadas para esse universo dos produtos de perfumaria. Chamam a atenção demais para o modelo, ofuscando inevitavelmente o produto em si. Justamente por esse motivo as modelos dos desfiles de moda são quase heterogenicamente loiras cocainômanas e anoréxicas de quarenta quilos e desprovidas de seios ou nádegas: sua função é a de “cabide”, não podendo desviar a atenção de as roupas para os seus quadris. As pessoas têm de ver a roupa, e não a modelo.

O mais estranho de tudo isso é que se pegarmos revistas velhas de moda, veremos de forma gritante como o “ideal estético” não só é imposto pelo showbizz (leia-se “moda”, “fashion”) como ele está sempre em eterna transformação, e de forma ás vezes tão caótica e contraditória, que o que era cool na estação passada tornar-se-á burlesco, risível, na próxima. O melhor exemplo disso é o final do milênio passado (que eu tive a felicidade – ou tristeza – de presenciar pelo menos o final)... Principalmente com as décadas de setenta e oitenta.

Nas décadas de setenta a humanidade começou a deparar-se com cortes de cabelos e roupas que – antes e depois dela – seriam usados somente por loucos ou humoristas. Principalmente a moda masculina. Se bem que, analisando melhor agora, eu estou quase pensando em sugerir que na verdade foi só a moda masculina, mesmo, que caiu no ridículo. A moda feminina passou pelo grotesco somente com aqueles cabelos encaracolados compridíssimos (ressecados e com volume, e que talvez fossem fruto do excesso de uso de produtos químicos e secadores elétricos), e por aqueles biquínis - na época batizados de “asa delta” – que lotavam as praias. Mas a moda masculina extrapolou.

A primeira coisa que me veio á cabeça, com o perdão do trocadilho, foram os penteados. Começou com as impagáveis “costeletas” – típicas de bebuns – e que geralmente vinham invariavelmente acompanhadas de camisas justas desabotoadas no peito, acompanhadas de colares de ouro e tufos eriçados de pêlos. Depois, passaram a ser acompanhadas pelos horríveis mullets (cachos de cabelos da nuca que - quando começam a crescer - são excessivamente rebeldes), que foram “evoluindo” gradativamente até chegarem ao seu ápice de ridiculês e tornarem-se os típicos penteados de cantores “sertanejos”, que desde essa época começaram a se propagar pelo país. (Detalhe: foi justamente no final dessa época que eu fui concebido, e assusta-me pensar sob qual trilha sonora). Que dizer, então, das calças? Lembro-me de uma vez em que o baterista de uma banda em comum me pediu emprestado uma calça jeans, mas ele era pelo menos uns quinze centímetros mais alto que eu; As calças ficaram tão justas que eu não conseguia parar de rir, dizendo que ele parecia o vocalista do Led Zeppelin. Mas faltou o golpe de misericórdia: a calça não era alargada embaixo, formando a intragável “boca de sino”.

Que dizer, então, da década de oitenta? Se na década de setenta os jovens fizeram tudo o que puderam para chocar aos pais e á sociedade, obviamente sobrariam poucas opções para os jovens dos anos oitenta. Mas, infelizmente, eles souberam ser criativos. E, com toda a certeza, as poucas opções de chamar a atenção que sobraram para eles eram quase todas tão ridículas quanto as piores anteriores... e além. É por isso que eu sempre digo (ops!) que “quando pensamos que algo está muito ruim, só vemos que estávamos sendo egoístas e ingratos quando tudo fica muito pior: então vemos que a situação anterior até que não estava mal.”

Na década de oitenta sobraram poucas opções do ridículo, mas quase todas elas seriam baseadas na fusão dos sexos (chamada erroneamente – até hoje – de “androgenia”): mulheres – com sua emancipação de cunhos morais – usariam acessórios masculinos (pelo menos da parte delas isso tinha uma intenção, um propósito, e foi feita por elas com muito mais bom-senso e critério estético), e os homens também – desgraçada e risivelmente – usariam apetrechos femininos. Camisetinhas “baby-look”, brincos, e – pasmem – cosméticos. Sim. Os “homens” na década de oitenta – principalmente artistas como cantores Pop e de bandas de “rock” new-wave, começaram a usar maquiagens como base, lápis e até baton. Sad, but true.

Mas sabe o que é o mais estranho disso tudo? É que eu pensava - até bem pouco tempo atrás - que depois dessas duas décadas seria muito difícil a moda cair novamente no campo do estranho, do espalhafatoso, justamente por já ter cometido todos os erros possíveis e imagináveis. Enganara-me. Com a primeira década do século vinte-e-um, chegam os “novos-mutantes”: A SUPER-GERAÇÃO EMO. Preparem-se, porque eles não parecem estar brincando. E esconda suas crianças. Antes que elas também comecem a usar penteados de personagens de mangá (detalhe: quase nenhum “emo” lê mangá, ou qualquer outra coisa) e comecem a escutar bandas pop de ideologia duvidosa.

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